Não
existe concentração (jhana) sem sabedoria(pañña),
não existe sabedoria sem concentração. Natthi
jhanam apaññasa, pañña natthi ajjhayato,
Aquele
que tem ambos, concentração e sabedoria,
está mais próximo de Nibbana.- Dhp 372 Yamhi
jhanam ca pañña ca sa ve nibbanasantike
Poucas são as práticas que desempenham um papel tão central no caminho Budista e que são tão pouco conhecidas e praticadas no Ocidente como os Jhanas. Jhana é a palavra em Pali para absorção mental ou meditativa e se refere a estados profundos de concentração da mente. Nos suttas em Pali, o Buda em geral se refere a quatro jhanas, sendo que cada um que segue é mais profundo e sutil que o anterior. Depois do quarto jhana, há um outro conjunto de quatro estados de concentração, ainda mais profundos, mencionados com menos freqüência nos suttas e referidos como realizações imaterias. Nos comentários esses estados são mencionados como jhanas imateriais. A Concentração Correta, (Samma Samadhi), do Nobre Caminho Óctuplo é sinônimo de jhana e de acordo com o Buda, a maestria na concentração é chave para a iluminação. O próprio Buda os praticou na noite da sua iluminação. Os jhanas lhe proporcionaram uma “mente concentrada, purificada, luminosa, pura, imaculada, livre de defeitos, flexível, maleável, estável, atingindo a imperturbabilidade” – a mente que é capaz de penetrar a verdadeira natureza da realidade. Jhana em pali é o mesmo que Dhyana em sânscrito, Cha’n em chinês e Zen em japonês. Todas essas palavras se referem à mesma absorção meditativa descrita pelo Buda.
Nos Nikayas há um vasto número de suttas que mencionam a prática dos jhanas. Apesar disso, a prática dos jhanas ainda é objeto de controvérsia no Budismo Theravada como poderá ser observado em alguns dos textos abaixo. O objetivo deste guia é direcionar os leitores para os textos disponíveis no Acesso ao Insight que tratam dos jhanas.
Livros
Livros grátis em todos formatos digitais (ePub, MOBI AZW3, PDF):
Meditação o Coração do Budismo,
por Mestres da Tradição das Florestas da Tailândia. Cinco palestras de renomados mestres da Tradição das Florestas da Tailândia: Ajaan Chah, Ajaan Brahmavamso, Ajaan Pasanno, Ajaan Sucitto, Ajaan Chandako, que são verdadeiras jóias raras com valiosas dicas sobre o cultivo mental ensinado pelo Buda. Conteúdo: Meditação o Coração do Budismo; Contentamento; Samadhi é puro Deleite; O Machete Perfeito; Vivendo com uma Cobra.
Meditação para Principiantes, Experientes e Avançados,
por Ajaan Brahmavamso. "Meditação é Fácil" (Ajaan Brahm). Descubra como neste guia completo elaborado com base em livretos publicados pelo Bodhinyana Monastery e palestras de Ajaan Brahm. Apenas disponível no Acesso ao Insight. Traduzido e editado por Michael Beisert.
Jhanas, Concentração e Sabedoria, um capítulo do livro “The Wings to Awakening” escrito por Ajaan Thanissaro. O papel de jhana como uma condição para a sabedoria transcendente é um dos temas mais controversos na tradição Theravada
O Caminho da Concentração e Atenção Plena, por
Ajaan Thanissaro.
O Buda ensinou que a concentração e atenção plena são dois caminhos distintos de meditação - como geralmente é entendido - ou de que elas são duas partes inseparáveis de um único caminho de prática? Neste artigo, adaptado de uma palestra dada no CIMC em 1996, Ajaan Thanissaro sugere que o núcleo da prática de insight, tal como ensinado pelo Buda, consiste no desenvolvimento hábil de ambos, a concentração dos jhanas e a atenção plena
O Mistério do Nimitta da Respiração, ou O Caso do Símile Desaparecido,
por Bhikkhu Sona. Um sinal ou nimitta é uma marca característica ou fenômeno que acompanha e ajuda a identificar uma certa experiência. Certos sinais são característicos da entrada em estados profundos de concentração correta e são intrínsecos aos estados de jhana. Conhecendo esses sinais, tanto o praticante como o mestre estarão aparelhados para avaliar o êxito ou fracasso das respectivas realizações na prática de concentração
Sem Sofrimento,
Imaculado e Seguro, por Ayya Khema.
Cada momento de concentração durante a meditação é um momento sem
contaminações, sem sofrimento e sem temor. Esse tipo de experiência tem
que ser duplicado repetidamente. Este texto faz parte do livro Todos Nós assediados pelo Envelhecimento, Morte e Nascimento.
Uma Ferramenta entre muitas: O papel de Vipassana dentro da Prática Budista, por Ajaan Thanissaro. Qual é a relação que existe entre a tranquilidade (samatha) e o insight (vipassana) na prática de meditação Budista? Uma leitura cuidadosa dos suttas do Cânone em Pali sugere que os dois não são métodos distintos de meditação (como muitos comentaristas - clássicos e contemporâneos - sugerem), mas dois aspectos da mesma prática. De acordo com os suttas, a correta prática de meditação requer que ambos aspectos sejam desenvolvidos em equilibrio.
Potthapada Sutta (DN 9) – Potthapada.
O contemplativo Potthapada questiona o Buda sobre a ‘cessação última da percepção.’
O Buda explica os vários estados de jhana mostrando como a percepção pode ser ‘controlada’
até alcançar a cessação. A discussão passa por várias questões sobre o eu, sobre o mundo
e o que ocorre com o Tathagata após a morte.
Salekha Sutta (MN 8) – Obliteração. O Buda rejeita a idéia que a mera realização das absorções meditativas (jhanas) sejam a obliteração e explica como a obliteração é praticada da forma correta nos seus ensinamentos.
Latukikopama Sutta (MN 66) - O Símile da Codorna. O Buda enfatiza a importância de abandonar todos os apegos, sem importar quão inofensivos ou sem importância eles possam parecer. O sutta também destaca, por meio de símiles, que não é a situação em si que produz o apego mas a forma como a situação é interpretada através das idéias/opiniões.
Aneñjasappaya Sutta – (MN 106) O Caminho para o Imperturbável. O Buda explica a abordagem em relação a vários níveis de realizações meditativas superiores culminando com Nibbana. Ele indica como é possível ser aprisonado a esses estados através do apego.
Upakkilesa Sutta – (MN 128) Imperfeições.
Este discurso tem duas partes. A primeira traz mais informações sobre como
viver em concórdia, proveniente da disputa em Kosambi (MN 48). Isto inclui
uma série de versos famosos sobre como viver sem raiva. Na segunda parte,
o Buda descreve os vários obstáculos para o progresso meditativo
V. Bhikkhuni-samyutta–
Monjas. Vários Suttas curtos do Samyutta Nikaya que contêm estórias
das tentativas de Mara, em atrair as monjas para que estas abandonem a
meditação na floresta, por meio de perguntas provocativas. Sem exceção as
sábias monjas conquistam Mara de modo decisivo
Upanisa Sutta (SN XII.23) – Condição.
O Buda explica que o fim das impurezas mentais ocorre quando a pessoa vê e compreende a origem dependente.
Este sutta também é conhecido como a origem dependente transcendente.
Susima Sutta (SN XII.70) – Susima.
O Buda explica para Susima que o desenvolvimento dos poderes supra-humanos não é um requisito para a iluminação.
Samadhi Sutta (SN XXII.5) – Concentração.
O Buda recomenda a prática da concentração como forma de desenvolver o discernimento dos agregados e da origem dependente.
Kimsuka Sutta (SN XXXV.245) – A Árvore de Charadas. O Buda explica como a
tranquilidade (samatha) e o insight (vipassana) agem juntos
como “um par de ágeis mensageiros” para guiar o meditador até Nibbana.
Vina Sutta (SN XXXV.246) – O Alaúde. O núcleo do insight (vipassana):
Quando você desmonta um alaúde em busca da música, o que você irá
encontrar? Quando você desmonta os cinco agregados em busca do “eu,” o que
você irá encontrar?
Rahogata Sutta (SN XXXVI.11) – Isolado. O Buda explica como a prática de jhana conduz a estágios progressivos de cessação e paz. Somente quando as impurezas são finalmente extintas, no entanto, a verdadeira paz e tranqüilidade é alcançada.
Niramisa Sutta (SN XXXVI.31) – Não Mundano. O Buda descreve os vários níveis de felicidade e libertação – do mundano ao transcendente – que estão disponíveis para todos nós.
LII. Anuruddha-samyutta – Anuruddha.
Vários Suttas curtos do Samyutta Nikaya nos quais o Ven. Anurudha
discursa sobre os quatro fundamentos da atenção plena.
Samadhi Sutta (AN IV.41) – Concentração. O Buda explica como a concentração, quando totalmente desenvolvida, pode produzir qualquer um de quatro resultados distintos proveitosos.
Yuganaddha Sutta (AN IV.170) - Em Tandem. O Ven. Ananda descreve os caminhos para o estado de arahant nos quais o insight (vipassana) e a tranquilidade (samatha) operam em conjunto.
Samadhi
Sutta (AN V.27) – Concentração Imensurável. O Buda encoraja a
prática dos quatro brahmavihara (estados sublimes de metta,
karuna, mudita e upekkha) como base para a prática da concentração,
conduzindo a cinco importantes realizações.
Samadhanga Sutta (AN V.28) – Os Fatores da Concentração. O Buda esboça "os cinco fatores da nobre concentração correta", para explicar como o progressivo desenvolvimento dos quatro estágios mundanos de jhana (absorção) conduzem ao desenvolvimento dos poderes supra-humanos e a iluminação.
Sona Sutta (AN VI.55) – Acerca de Sona. Neste conhecido sutta o Buda
explica para o Ven. Sona que o equilíbrio do esforço na prática da
meditação é como afinar um instrumento musical.
Gavi
Sutta (AN IX.35) – A Vaca. Se você quiser avançar demasiado rápido através dos níveis de concentração irá tropeçar igual a uma vaca tola numa montanha íngreme.
Jhana Sutta (AN IX.36) – Absorção Mental. A meditação, tal como o tiro com o arco, é uma habilidade que se desenvolve ao longo do tempo, através da prática, prática, prática....
Ubhatobhaga Sutta (AN IX.45) - Libertado de ambos os modos . Neste
conjunto de breves suttas,
o Ven. Ananda responde às perguntas do Ven. Udayin sobre o significado de alguns termos chave que o Buda empregou em outros
suttas: O que é “tocar com o corpo”? O que é “libertado através da sabedoria”? O que é “libertado de ambos modos”? O Ven.
Ananda mostra que o desenvolvimento dos jhanas é parte integrante do desenvolvimento da sabedoria.
Kimattha Sutta (AN XI.1) – Qual é o Propósito? Por que o
Buda sempre nos estimula a cultivar sila (virtude)? Porque todas as demais qualidades mentais hábeis,
que conduzem até a iluminação, dependem dela.
Mahanama Sutta (AN XI.12) -- Para Mahanama. O Buda
orienta o chefe de família Mahanama sobre a importância de desenvolver as
seis recordações (recordação do Buda, Dhamma, Sangha, as próprias
virtudes, a própria generosidade e os devas).