Atenção Plena Correta
Samma sati
Atenção Plena Correta é o
sétimo elemento do Nobre Caminho Óctuplo e
pertence ao grupo da concentração
Definição
(os quatro fundamentos)
"E o que é atenção plena correta? (i) Aqui,
bhikkhus, um bhikkhu permanece contemplando o corpo como um corpo - ardente,
plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o
desprazer pelo mundo. (ii) Ele permanece contemplando as sensações como sensações –
ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a
cobiça e o desprazer pelo mundo. (iii) Ele permanece contemplando a mente como mente
- ardente, plenamente consciente e com atençção plena, tendo colocado de lado a
cobiça e o desprazer pelo mundo. (iv) Ele permanece contemplando os objetos mentais
como objetos mentais - ardente, plenamente consciente e com atenção plena,
tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. A isto se denomina
atenção plena correta.
-- SN XLV 8
"Este é o caminho direto para a purificação dos
seres, para superar a tristeza e a lamentação, para o desaparecimento da dor e da angústia, para alcançar o caminho verdadeiro e para
a realização de Nibbana – isto é, os quatro
fundamentos da atenção plena."
-- MN 10
Abandonando
os elementos incorretos do caminho
“A pessoa com atenção plena abandona o entendimento incorreto
e penetra e permanece no entendimento correto: essa é a atenção plena correta
da pessoa.
“A pessoa com atenção plena abandona o pensamento
incorreto e penetra e permanece no pensamento correto: essa é a atenção plena
correta da pessoa.
“A pessoa com atenção plena abandona a linguagem
incorreta e penetra e permanece na linguagem correta: essa é a atenção plena
correta da pessoa
“A pessoa com atenção plena abandona a ação incorreta e
penetra e permanece na ação correta: essa é a atenção plena correta da pessoa.
“A pessoa com atenção plena abandona o modo de vida
incorreto e penetra e permanece no modo de vida correto: essa é a atenção plena
correta da pessoa.
-- MN 117
Abandonando
o que não é hábil, desenvolvendo o que é hábil
"Abandonem o que não é hábil, bhikkhus. É
possível abandonar o que não é hábil. Se não fosse possível abandonar o que não
é hábil, eu não lhes diria 'Abandonem o que não é hábil.' Porém porque é
possível abandonar o que não é hábil, eu lhes digo, 'Abandonem o que não é
hábil.' Se o abandono do que não é hábil conduzisse ao que é prejudicial e
doloroso, eu não diria para vocês, 'Abandonem o que não é hábil.' Mas porque o
abandono do que não é hábil conduz ao que é benéfico e prazeroso, eu lhes digo,
'Abandonem o que não é hábil.'
"Desenvolvam o que é hábil, bhikkhus. É possível
desenvolver o que é hábil. Se não fosse possível desenvolver o que é hábil, eu
não lhes diria 'Desenvolvam o que é hábil.' Porém porque é possível desenvolver
o que é hábil, eu lhes digo, 'Desenvolvam o que é hábil.' Se o desenvolvimento
do que é hábil conduzisse ao que é prejudicial e doloroso, eu não diria para
vocês, 'Desenvolvam o que é hábil.' Mas porque o desenvolvimento do que é hábil
conduz ao que é benéfico e prazeroso, eu lhes digo, 'Desenvolvam o que é
hábil.'"
-- AN II.19
Tal como
alguém equilibrar um pote de óleo sobre a cabeça
“Bhikkhus, suponham que ao ouvirem, ‘A moça mais
bonita deste país! A moça mais bonita
deste país!’ uma grande grande multidão de pessoas se aglomerasse. Agora,
aquela moça mais bonita do país dançaria
com muita graça e cantaria de forma melodiosa. Ao ouvirem ‘A moça mais bonita
deste país está dançando e cantando! A moça mais bonita deste país está
dançando e cantando!’ uma multidão ainda maior se aglomerasse. Então, surgisse
um homem que valoriza a vida e teme a morte, que deseja o prazer e abomina a
dor. E alguém lhe dissesse, ‘Bom homem, você tem de carregar esta tigela cheia
até a borda com óleo por entre essa grande multidão e a moça mais bonita deste
país. Um homem com uma espada levantada irá segui-lo bem de perto, e se por
acaso você derramar uma gota que seja, nesse mesmo instante, ele cortará a sua
cabeça.’
“O que vocês pensam, bhikkhus, aquele homem não irá
prestar atenção na tigela com óleo e irá permitir ser distraído por aquilo que
está acontecendo no exterior?”
“Não, venerável senhor.”
“Eu citei este símile, bhikkhus, para transmitir uma
idéia. A idéia é a seguinte: A tigela cheia até a borda com óleo representa a
atenção plena no corpo. Portanto, bhikkhus, assim é como vocês deveriam
praticar: ‘Nós iremos desenvolver e cultivar a atenção plena no corpo, fazer
dela o nosso veículo, a nossa base, estabilizá-la, nos exercitarmos nela e
aperfeiçoá-la por completo.’ Assim é como vocês deveriam praticar.”
-- SN XLVII.20
Contemplação da morte
“A atenção plena na morte, quando desenvolvida e
cultivada traz grandes frutos e benefícios. Ela mergulha no Imortal, tem no
Imortal o seu objetivo final. Então vocês devem desenvolver a atenção plena na
morte.”
-- AN VI.19
Meditação
da respiração
"Bhikkhus, quando a atenção plena na respiração é
desenvolvida e cultivada, gera grandes frutos e grandes benefícios. Quando a
atenção plena na respiração é desenvolvida e cultivada, os quatro fundamentos
da atenção plena são realizados. Quando os quatro fundamentos da atenção plena
são desenvolvidos e cultivados, eles realizam os sete fatores da iluminação.
Quando os sete fatores da iluminação são desenvolvidos e cultivados, eles
trazem o verdadeiro conhecimento e a libertação
"E como, bhikkhus, a atenção plena na respiração
é desenvolvida e cultivada para que traga grandes frutos e grandes benefícios?
”Aqui um bhikkhu,
dirigindo-se à floresta ou à sombra de uma árvore ou a um local isolado;
senta-se com as pernas cruzadas, mantém o corpo ereto e estabelecendo a plena
atenção à sua frente, ele inspira com atenção plena justa, ele expira com
atenção plena justa.
“Inspirando longo, ele compreende: ‘ Eu
inspiro longo’; ou expirando longo, ele compreende: ‘ Eu expiro longo.’
Inspirando curto, ele compreende: ‘Eu inspiro curto’; ou expirando curto, ele
compreende: ‘Eu expiro curto.’ Ele treina dessa forma: ‘ Eu inspiro
experienciando todo o corpo [ da respiração ]’; ele treina dessa forma: ‘Eu
expiro experienciando todo o corpo [ da respiração ].’ Ele treina dessa forma:
‘Eu inspiro tranqüilizando a formação do corpo [ da respiração ]’: ele treina
dessa forma: ‘ Eu expiro tranqüilizando a formação do corpo [ da respiração ].
“Ele treina assim: ‘eu inspiro experienciando êxtase’;
ele treina assim: ‘eu expiro experienciando êxtase.’ Ele treina
assim:’eu inspiro experienciando a felicidade’; ele treina assim: ‘eu expiro
experienciando a felicidade’. Ele treina assim:’eu inspiro experienciando a formação da mente.’ele treina assim: ‘eu expiro experienciando a formação
da mente.’ Ele treina assim: ‘eu inspiro tranqüilizando a formação da
mente’; ele treina assim: eu expiro tranqüilizando a formação da mente.’
“Ele treina assim: ‘eu inspiro experienciando a
mente’; ele treina assim: ‘eu expiro experienciando a mente.’ Ele treina assim:
‘eu inspiro satisfazendo a mente’; ele
treina assim: ‘eu expiro satisfazendo a mente.’ Ele treina assim: ‘eu inspiro
concentrando a mente’; ele treina assim: eu expiro concentrando a mente.’
“Ele treina assim: ‘eu inspiro contemplando a impermanência’; ele
treina assim: ‘eu expiro contemplando a impermanência.’ Ele treina assim: ‘eu
inspiro contemplando o desaparecimento’; ele treina assim: ‘eu expiro
contemplando o desaparecimento.’ Ele treina assim: ‘eu inspiro contemplando a
cessação’; ele treina assim: ‘eu expiro contemplando a cessação.’ Ele treina
assim: ‘eu inspiro contemplando a renúncia’, ele treina assim: ‘eu expiro
contemplando a renúncia.’
-- MN 118
O passo seguinte no Treinamento Gradual: Concentração Correta
Revisado: 2 Setembro 2006
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