Udana VI.2
Sattajatila Sutta
Sete Jatilas
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Em certa
ocasião, o Abençoado estava em
Savatthi, no palácio da mãe de Migara, no Parque do Oriente. Agora, naquela ocasião,
ao anoitecer, o Abençoado havia saído do seu isolamento e estava sentado
próximo do portão externo. Então o Rei Pasenadi de Kosala foi até o Abençoado e
depois de cumprimentá-lo sentou a um lado.
Agora,
naquela ocasião sete jatilas, sete niganthas, sete contemplativos nus, sete
contemplativos com apenas um manto e sete errantes com as axilas peludas, unhas
longas e cabelos e pelos do corpo compridos, levando as trouxas com as suas
posses – passaram não muito distante do Abençoado. [1] Então o Rei Pasenadi de Kosala levantou do seu assento, arrumou o
manto superior sobre o ombro, ajoelhou com o joelho direito sobre o solo e
levantando as mãos juntas numa respeitosa saudação para os sete jatilas, sete
niganthas, sete contemplativos nus, sete contemplativos com apenas um manto e
sete errantes ele anunciou o seu nome três vezes: “Eu sou o rei Pasenadi of
Kosala, veneráveis senhores! ... Eu sou
o rei Pasenadi of Kosala, veneráveis
senhores!”
Então, não
muito tempo depois dos sete jatilas ... e sete errantes terem partido, o Rei
Pasenadi de Kosala foi até o Abençoado e depois de cumprimentá-lo sentou a um
lado e disse: “Aqueles, venerável senhor, devem ser incluídos entre os homens
no mundo que são arahants ou que entraram no caminho para o estado de arahant?” [2]
“Grande
rei, sendo um leigo que desfruta dos prazeres sensuais, que vive numa casa
cheia de crianças, gozando do sândalo de Benares, usando grinaldas, perfumes e ungüentos,
recebendo ouro e prata, é difícil que você saiba: ‘Eles são arahants ou
entraram no caminho para o estado de arahant.’
“É vivendo
junto com uma pessoa que a sua virtude pode ser conhecida e somente após um
longo período de tempo, não um período curto; por alguém que seja atento, não
por alguém que seja desatento; por alguém que tenha sabedoria, não por alguém
que não tenha sabedoria.
“É lidando
com uma pessoa que a sua pureza pode ser conhecida e somente após um longo
período de tempo, não um período curto; por alguém que seja atento, não por
alguém que seja desatento; por alguém que tenha sabedoria, não por alguém que
não tenha sabedoria.
“É através
da adversidade que a tolerância de uma pessoa pode ser conhecida e somente após
um longo período de tempo, não um período curto; por alguém que seja atento,
não por alguém que seja desatento; por alguém que tenha sabedoria, não por
alguém que não tenha sabedoria.
“É através
da discussão que o sabedoria de uma pessoa pode ser conhecido e somente após um
longo período de tempo, não um período curto; por alguém que seja atento, não
por alguém que seja desatento; por alguém que tenha sabedoria, não por alguém
que não tenha sabedoria.[3]
“É maravilhoso, venerável senhor! É admirável, venerável senhor! Quão
bem isso foi dito pelo Abençoado: ‘Grande rei, sendo um leigo ... é difícil que
você saiba ... (igual acima) ... por alguém que tenha sabedoria, não por alguém
que não tenha sabedoria.’
“Esses,
venerável senhor, eram os meus espiões, meus agentes secretos, regressando
depois de espionarem no interior do país. Primeiro a informação é coletada por
eles e depois eles a revelam para mim. Agora, venerável senhor, depois deles
lavarem a sujeira e poeira e estarem banhados e asseados, com o cabelo e barba
aparados, vestidos de branco, eles irão gozar providos e dotados dos cinco
elementos dos prazeres sensuais.”
Então, dando-se conta do significado disso, o
Abençoado nessa ocasião
exclamou:
“Ele não deve se esforçar em toda parte,
ele não deve ser um pau-mandado,
ele não deve viver na dependência de outrem,
ele não deve comerciar o Dhamma.
Notas:
[1] Os jatilas eram contemplativos com os cabelos emaranhados e sujos;
os niganthas eram os jainas seguidores de Nataputta. [Retorna]
[2] Na passagem paralela no SN III.11, o rei Pasenadi afirma isso, não como uma pergunta, mas como um fato. A versão apresentada aqui, no entanto, parece psicologicamente mais provável: O rei, em vez de tentar mentir para o Buda, quer testar a capacidade deste para enxergar o disfarce de seus espiões. [Retorna]
[3] Este enunciado é explicado em mais detalhes no AN
IV.192. [Retorna]
Revisado: 4 Outubro 2014
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