Samyutta Nikaya XXXVI.8
Gelañña Sutta
Na Enfermaria
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Em certa
ocasião, o Abençoado estava em Vesali, na Grande Floresta, no Salão com um pico
na cumeeira. Então, ao anoitecer, quando o Abençoado havia saído do seu
isolamento, ele foi até a enfermaria e sentou num assento que havia sido
preparado e se dirigiu aos bhikkhus da seguinte forma:
“Bhikkhus, um bhikkhu deve estar com atenção plena e plena consciência todo o tempo! Essa é a minha instrução para vocês!
“E como, bhikkhus, um bhikkhu tem atenção plena? Aqui, bhikkhus, um bhikkhu permanece contemplando o corpo como um corpo, ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. Ele permanece contemplando as sensações como sensações, ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. Ele permanece contemplando a mente como mente, ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. Ele permanece contemplando os objetos mentais como objetos mentais, ardente, plenamente consciente e com atenção plena, tendo colocado de lado a cobiça e o desprazer pelo mundo. Dessa maneira, bhikkhus, um bhikkhu tem atenção plena.
“E como, bhikkhus, um
bhikkhu tem plena consciência? Aqui, bhikkhus, um bhikkhu age com plena
consciência ao ir para a frente e retornar; age com plena consciência ao
olhar para frente e desviar o olhar; age com plena consciência ao dobrar e
estender os membros; age com plena consciência ao carregar o manto externo, o manto
superior, a tigela; age com plena consciência ao comer, beber, mastigar e
saborear; age com plena consciência ao urinar e defecar; age com plena
consciência ao caminhar, ficar em pé, sentar, dormir, acordar, falar e
permanecer em silêncio. Dessa maneira, bhikkhus, um bhikkhu tem plena
consciência.
“Bhikkhus, um bhikkhu deve
estar com atenção plena e plena consciência todo o tempo! Essa é a minha
instrução para vocês!
“Bhikkhus, enquanto um
bhikkhu assim permanece, com atenção plena e plena consciência, diligente,
ardente e decidido, se nele surgir uma sensação prazerosa, ele compreende que:
‘Surgiu em mim uma sensação prazerosa. Agora essa sensação é dependente, não é
independente. Dependente do que? Dependente deste mesmo contato. Mas este
contato é impermanente, condicionado, com origem dependente. Portanto, quando a
sensação prazerosa surgiu na dependência do contato que é impermanente,
condicionado, com origem dependente, como poderia essa sensação ser
permanente?’ Ele permanece contemplando a impermanência no contato e na
sensação prazerosa, ele permanece contemplando a dissipação, contemplando o
desaparecimento, contemplando a cessação, contemplando o abandono. E naquele
que assim permanece, a tendência subjacente do desejo em relação ao contato e
em relação à sensação prazerosa é por ele abandonada.
“Bhikkhus, enquanto um
bhikkhu assim permanece, com atenção plena e plena consciência, diligente,
ardente e decidido, se nele surgir uma sensação dolorosa, ele compreende que:
‘Surgiu em mim uma sensação dolorosa. Agora essa sensação é dependente, não é
independente. Dependente do que? Dependente deste mesmo contato. Mas este contato
é impermanente, condicionado, com origem dependente. Portanto, quando a
sensação dolorosa surgiu na dependência do contato que é impermanente,
condicionado, com origem dependente, como poderia essa sensação ser
permanente?’ Ele permanece contemplando a impermanência no contato e na
sensação dolorosa, ele permanece contemplando a dissipação, contemplando o
desaparecimento, contemplando a cessação, contemplando o abandono. E naquele
que assim permanece, a tendência subjacente da aversão em relação ao contato e
em relação à sensação dolorosa é por ele abandonada.
“Bhikkhus, enquanto um
bhikkhu assim permanece, com atenção plena e plena consciência, diligente,
ardente e decidido, se nele surgir uma sensação nem dolorosa, nem prazerosa,
ele compreende que: ‘Surgiu em mim uma sensação nem dolorosa, nem prazerosa.
Agora essa sensação é dependente, não é independente. Dependente do que?
Dependente deste mesmo contato. Mas este contato é impermanente, condicionado,
com origem dependente. Portanto, quando a sensação nem dolorosa, nem prazerosa
surgiu na dependência do contato que é impermanente, condicionado, com origem
dependente, como poderia essa sensação ser permanente?’ Ele permanece
contemplando a impermanência no contato e na sensação nem dolorosa, nem prazerosa,
ele permanece contemplando a dissipação, contemplando o desaparecimento,
contemplando a cessação, contemplando o abandono. E naquele que assim
permanece, a tendência subjacente da ignorância em relação ao contato e em
relação à sensação nem dolorosa, nem prazerosa é por ele abandonada.
“Se ele sentir uma sensação
prazerosa, ele compreende: ‘Ela é impermanente’; ele compreende:
‘Não é para se apegar’; ele compreende: ‘Não é para se deleitar.’ Se ele sentir
uma sensação dolorosa, ele compreende: ‘Ela é impermanente’; ele compreende:
‘Não é para se apegar’; ele compreende: ‘Não é para se deleitar.’ Se ele sentir
uma sensação nem prazerosa, nem dolorosa, ele compreende: ‘Ela é impermanente’;
ele compreende: ‘Não é para se apegar’; ele compreende: ‘Não é para se
deleitar.’
“Se ele sentir uma sensação
prazerosa, ele a sente desapegado; se ele sentir uma sensação dolorosa, ele a
sente desapegado; Se ele sentir uma sensação nem prazerosa, nem dolorosa, ele a
sente desapegado.
“Quando ele sente uma
sensação que dá um fim ao corpo, ele compreende: ‘Eu sinto uma sensação que dá
um fim ao corpo.’ Quando ele sente uma sensação que dá um fim à vida, ele
compreende: ‘Eu sinto uma sensação que dá um fim à vida.’ Ele compreende: ‘Com
a dissolução do corpo, depois da morte, tudo que é sentido sem deleitação, irá
esfriar aqui mesmo, apenas resíduos corporais restarão.’
“Assim como, bhikkhus, uma
lamparina queima na dependência do óleo e do pavio, com a exaustão do óleo e do
pavio a chama se extingue por falta de combustível, da mesma maneira, bhikkhus,
quando um bhikkhu sente uma sensação que dá um fim ao corpo ... que dá um fim à
vida ... ele compreende: ‘Eu sinto uma sensação que dá um fim à vida.’ Ele
compreende: ‘Com a dissolução do corpo, depois da morte, tudo que é sentido sem
deleitação, irá esfriar aqui mesmo, apenas resíduos corporais restarão.’”
Revisado: 4 Dezembro 2004
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