Samyutta Nikaya XXXV.97
Pamadavihari Sutta
Permanecendo na Negligência
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“Bhikkhus,
eu ensinarei para vocês sobre aquele que permanece na negligência e sobre
aquele que permanece na diligência. Ouçam e prestem muita atenção àquilo que eu
vou dizer.” – “Sim, venerável senhor,” os bhikkhus responderam. O Abençoado
disse o seguinte:
“E como,
bhikkhus, alguém permanece na negligência? Se ele permanece sem conter a
faculdade do olho, a mente é maculada dentre as formas percebidas pelo olho. Se
a mente estiver maculada, não há satisfação. Quando não há satisfação, não há
êxtase. Quando não há êxtase, o corpo não fica calmo. Quando não há
calma, ele permanece no sofrimento. A mente daquele que sofre não se
torna concentrada. Quando a mente não está concentrada, os fenômenos não se
manifestam.[1] E porque os fenômenos não se
manifestam, considera-se que ele é ‘alguém que permanece na negligência.’
“Se ele permanece
sem conter a faculdade do ouvido, a mente é maculada dentre os sons percebidos
pelo ouvido ... Se ele permanece sem conter a faculdade da mente, a mente é
maculada dentre os objetos mentais percebidos pela mente. Se
a mente estiver maculada, não há satisfação. Quando não há satisfação, não há
êxtase. Quando não há êxtase, o corpo não fica calmo. Quando não há
calma, ele permanece no sofrimento. A mente daquele que sofre não se
torna concentrada. Quando a mente não está concentrada, os fenômenos não se
manifestam. E porque os
fenômenos não se manifestam, se considera que ele é ‘alguém que permanece na
negligência.’
“É dessa
forma, bhikkhus, que alguém permanece na negligência.
“E como,
bhikkhus, alguém permanece na diligência? Se ele permanece contendo a faculdade
do olho, a mente não é maculada dentre as formas percebidas pelo olho. Se a
mente não estiver maculada, a satisfação surge. Quando há satisfação, o êxtase
surge. Quando a mente é alçada pelo êxtase, o corpo fica calmo. Com o corpo
calmo, ele experimenta a felicidade. A mente daquele que sente felicidade, se
torna concentrada. Quando a mente está concentrada, os fenômenos se manifestam.
E porque os fenômenos se manifestam, considera- se que ele é ‘alguém que
permanece na diligência.’
“Se ele
permanece contendo a faculdade do ouvido, a mente não é maculada dentre os sons
percebidos pelo ouvido ... Se ele permanece contendo a faculdade da mente, a
mente não é maculada dentre os objetos mentais percebidos pela mente. Se a
mente não estiver maculada, a satisfação surge. Quando há satisfação, o êxtase
surge. Quando a mente é alçada pelo êxtase, o corpo fica calmo. Com o corpo
calmo, ele experimenta a felicidade. A mente daquele que sente felicidade, se
torna concentrada. Quando a mente está concentrada, os fenômenos se manifestam.
E porque os fenômenos se manifestam, considera- se que ele é ‘alguém que
permanece na diligência.’
“É dessa
forma, bhikkhus, que alguém permanece na diligência.”
Notas:
[1] O comentário interpreta isto como os estados de tranqüilidade e
insight, (samatha-vipassana dhamma),que não se manifestam, mas uma
outra interpretação é que as bases dos sentidos internas e externas, (o dhamma),
não se revelam como impermanentes, insatisfatórias e não-eu. Veja também o SN XXXV.99 e o SN XII.23. [Retorna]
Revisado: 9 Maio 2014
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