Samyutta Nikaya XLV.11

Vihara (pathama) Sutta

Permanência

Somente para distribuição gratuita.
Este trabalho pode ser impresso para distribuição gratuita.
Este trabalho pode ser re-formatado e distribuído para uso em computadores e redes de computadores
contanto que nenhum custo seja cobrado pela distribuição ou uso.
De outra forma todos os direitos estão reservados.

 


Em Savatthi. “Bhikkhus, eu quero estar em retiro por meio mês. Eu não devo ser abordado por ninguém exceto aquele que me traz a comida esmolada.” [1]

“Sim, venerável senhor, aqueles bhikkhus responderam, e ninguém se aproximou do Abençoado exceto aquele que lhe levou a comida esmolada.

Então, quando o meio mês havia passado, o Abençoado saiu do isolamento e se dirigiu aos bhikkhus da seguinte forma:

“Bhikkhus, nesse meio mês eu permaneci no mesmo estado em que permaneci logo depois de ter alcançado a perfeita iluminação. Eu compreendi desta forma: ‘Há sensações que têm o entendimento incorreto como condição e também sensações que têm o entendimento correto como condição. Há sensações que têm a concentração incorreta como condição e também há sensações que têm a concentração correta como condição. Há sensações que têm o desejo como condição e também há sensações que têm o pensamento como condição e também há sensações que têm a percepção como condição. [2]

“Quando o desejo não decresceu e o pensamento não decresceu e a percepção não decresceu, há a sensação tendo isso como condição. Quando o desejo decresceu, e os pensamentos não decresceram, e as percepções não decresceram, também há a sensação tendo isso como condição. Quando o desejo decresceu, e os pensamentos decresceram, e as percepções não decresceram, também há a sensação tendo isso como condição. Quando o desejo decresceu, e os pensamentos decresceram, e as percepções decresceram, também há a sensação tendo isso como condição. Há o esforço para realizar o ainda não realizado. Quando esse estágio tiver sido alcançado, também há sensação tendo isso como condição.” [3]

 


 

Notas:

[1] Porque o Buda diz isso? De acordo com o comentário, naquela quinzena o Buda não tinha ninguém a quem instruir, então, ele pensou: “Permanecerei esta quinzena na bem-aventurança da fruição do estado de arahant. Assim, terei uma permanência prazerosa e servirei como exemplo para as gerações futuras.” [Retorna]

[2] Sensações que têm o desejo, (chanda), como condição são as sensações associadas com os oito tipos de consciência acompanhadas pela cobiça; aquelas condicionadas pelo pensamento são as sensações do primeiro jhana; e aquelas condicionadas pela percepção são as sensações das seis realizações meditativas a partir do segundo jhana até a base do nada. [Retorna]

[3] O comentário explica que a sensação que ocorre quando nenhum dos três decresceram é a sensação associada com os oito tipos de consciência acompanhadas pela cobiça. A sensação quando só o desejo decresceu, é aquela do primeiro jhana; a sensação quando apenas a percepção permanece, é aquela do segundo jhana e dos jhanas superiores. A sensação quando todos os três decresceram, é aquela da base da nem percepção, nem não percepção. O “ainda não realizado” é o fruto do estado de arahant. A última expressão se refere à sensação que acompanha os quatro caminhos supramundanos. A palavra “esforço” neste caso é “ayama”, interpretada pelo comentário como viriya, energia. [Retorna]

>> Próximo Sutta

 

 

Revisado: 16 Abril 2005

Copyright © 2000 - 2021, Acesso ao Insight - Michael Beisert: editor, Flavio Maia: designer.