Majjhima Nikaya 136
Mahakammavibhanga Sutta
A Grande Análise da Ação
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1. Assim
ouvi. Em certa ocasião o Abençoado estava em Rajagaha, no Bambual, no Santuário
dos Esquilos.
2. Agora,
naquela ocasião o venerável Samiddhi estava vivendo em uma cabana na floresta.
Então o errante Potaliputta, enquanto perambulava e caminhava fazendo
exercício, foi até o venerável Samiddhi e ambos se cumprimentaram. Quando a
conversa amigável e cortês havia terminado, ele sentou a um lado e disse para o
venerável Samiddhi:
“Amigo
Samiddhi, eu ouvi e aprendi o seguinte da própria boca do contemplativo Gotama:
'A ação corporal é inútil, a ação verbal é inútil, somente a ação mental é
real’. E: ‘Existe aquela realização que quando alcançada a pessoa não sente
absolutamente nenhuma sensação.’” [1]
“Não fale assim, amigo Potaliputta, não diga isso. Não deturpe o
Abençoado; não é bom deturpar o Abençoado. O Abençoado não falaria dessa forma:
‘A ação corporal é inútil, a ação verbal é inútil, somente a ação mental é
real’. Mas, amigo, existe aquela realização que quando alcançada a pessoa não
sente absolutamente nenhuma sensação.”
“Quanto
tempo faz desde que você adotou a vida santa, amigo Samiddhi?”
“Não faz
muito tempo, amigo: três anos”.
“Então, o
que diremos aos bhikkhus sêniores quando um bhikkhu júnior imagina que o Mestre
deva ser defendido dessa forma? Amigo Samiddhi, tendo cometido uma ação
intencional com o corpo, linguagem ou mente, o que a pessoa sente?”
“Tendo
cometido uma ação intencional com o corpo, linguagem ou mente, a pessoa sofre,
amigo Potaliputta”.
Então, nem
aprovando ou desaprovando o que havia sido dito pelo venerável Samiddhi, o
errante Potaliputta levantou do seu assento e partiu.
3. Pouco
depois que o errante Potaliputta havia partido, o venerável Samiddhi foi até o
venerável Ananda e ambos se cumprimentaram. Quando a conversa amigável e cortês
havia terminado, ele sentou a um lado e relatou toda a conversa com o errante
Potaliputta. Depois que ele falou, o venerável Ananda lhe disse: “Amigo
Samiddhi, esta conversa deve ser relatada para o Abençoado. Venha, vamos até o
Abençoado e vamos contar-lhe isso. Uma
vez explicado pelo Abençoado, nós o recordaremos.” “Sim, amigo”, o venerável
Samiddhi respondeu.
4. Então o
venerável Ananda e o venerável Samiddhi foram juntos até o Abençoado e após
cumprimentá-lo, eles sentaram a um lado e o venerável Ananda relatou toda a
conversa entre o venerável Samiddhi e o errante Potaliputta.
5. Quando
ele havia terminado, o Abençoado disse ao venerável Ananda: “Ananda, eu sequer me
recordo de alguma vez ter visto o errante Potaliputta, portanto, como poderia
ter ocorrido essa conversa? A pergunta feita pelo errante Potaliputta deveria ter sido analisada antes de ser
respondida, essa pessoa tola não respondeu a pergunta de forma completa.
6. Quando
isso foi dito, o venerável Udayin disse para o Abençoado: “Venerável senhor,
talvez o venerável Samiddhi tenha falado dessa forma referindo-se ao
(princípio): ‘Tudo que é sentido é sofrimento’.” [2]
Então o Abençoado
dirigiu-se ao venerável Ananda: “Você vê Ananda, como esse tolo Udayin
interfere. Eu sabia, Ananda, que esse tolo Udayin iria interferir indevidamente
exatamente agora. Desde o princípio o errante Potaliputta havia perguntado
acerca dos três tipos de sensações. Esse tolo Samiddhi teria respondido
corretamente ao errante Potaliputta se, quando perguntado como foi, ele tivesse
explicado que: ‘Amigo Potaliputta, tendo cometido uma ação intencional com o
corpo, linguagem ou mente (cujo resultado é) para ser sentido como prazer, a
pessoa sente prazer. Tendo cometido uma ação intencional com o corpo, linguagem
ou mente (cujo resultado é) para ser sentido como dor, a pessoa sente dor.
Tendo cometido uma ação intencional com o corpo, linguagem ou mente (cujo
resultado é) para ser sentido como nem prazer, nem dor, a pessoa sente nem
prazer, nem dor.’ Mas quem são esses tolos e desatentos errantes de outras
seitas, para entender o grande discurso sobre a ação do Tathagata? Você deveria
ouvir, Ananda, o Tathagata expor o grande discurso sobre a ação.”
7. “Este é o momento, Abençoado, este é o momento, Iluminado, para que o
Abençoado exponha o grande discurso sobre a ação. Tendo ouvido do Abençoado, os
bhikkhus o recordarão.”
"Então
ouça, Ananda, e preste muita atenção ao que vou dizer.”
“Sim,
venerável senhor,” o venerável Ananda respondeu. O Abençoado disse o seguinte:
8. “Ananda, [3] existem quatro tipos de pessoas
que podem ser encontradas no mundo. Quais quatro? Aqui uma pessoa mata seres
vivos, toma aquilo que não é dado, tem conduta imprópria em relação aos
prazeres sensuais, diz mentiras, fala com malícia, fala de forma grosseira,
fala de forma frívola; é cobiçosa, possui a mente cheia de má vontade e tem
entendimento incorreto. Na dissolução do corpo após a morte, ela renasce num
estado de privação, num destino infeliz, nos reinos inferiores, até mesmo no inferno.
“Mas,
aqui uma pessoa mata seres vivos ... e tem entendimento incorreto. Na
dissolução do corpo após a morte, ela renasce em um destino feliz, até mesmo no
paraíso.
“Aqui
uma pessoa se abstém de matar seres vivos, de tomar aquilo que não é dado, da
conduta imprópria em relação aos prazeres sensuais, de dizer mentiras, de falar
com malícia, de falar de forma grosseira, de falar de forma frívola; ela não é
cobiçosa, ela não possui a mente cheia de má vontade e tem entendimento
correto. Na dissolução do corpo após a morte, ela renasce em um destino feliz,
até mesmo no paraíso.
“Mas, aqui
uma pessoa se abstém de matar seres vivos ... e tem entendimento correto. Na
dissolução do corpo após a morte, ela renasce num estado de privação, num
destino infeliz, nos reinos inferiores, até mesmo no inferno.
9. “Aqui,
Ananda, através do ardor, esforço, devoção, diligência e atenção correta, um
contemplativo ou brâmane alcança uma tal concentração da mente que, quando a
sua mente está concentrada, com o olho divino que é purificado e ultrapassa o
humano, ele vê aquela pessoa que matava seres vivos ... e que tinha
entendimento incorreto, e ele vê que na dissolução do corpo, após a morte, ela
renasceu num estado de privação, num destino infeliz, nos reinos inferiores,
até mesmo no inferno. Ele diz o
seguinte: ‘De fato existem ações prejudiciais, existe o resultado da conduta prejudicial; pois eu
vi uma pessoa que aqui matou seres vivos ... e que tinha entendimento
incorreto, e eu vejo que na dissolução do corpo, após a morte, ela renasceu em
um estado de privação ... até mesmo no inferno. Ele diz o seguinte: ‘Na
dissolução do corpo, após a morte, todos aqueles que matam seres vivos ... e
que têm entendimento incorreto renascem em um estado de privação ... até mesmo no inferno. Aqueles que assim o entendem,
entendem corretamente; aqueles que pensam de outra forma estão enganados.’
Dessa forma, com obstinação, ele se atém ao que ele, por si mesmo,
entendeu, viu e descobriu, insistindo que: ‘Somente isto é verdadeiro, todo o
restante é falso.’
10.
“Mas aqui, Ananda, através do ardor ... um contemplativo ou brâmane alcança uma
tal concentração da mente que, quando a sua mente está concentrada, com o olho
divino que é purificado e ultrapassa o humano, ele vê aquela pessoa que matava
seres vivos ... e que tinha entendimento incorreto, e ele vê que na dissolução
do corpo, após a morte, ela renasceu em um destino feliz, até mesmo no paraíso.
Ele diz o seguinte: ‘De fato não existem ações prejudiciais, não existe o resultado da conduta prejudicial; pois eu vi uma pessoa que aqui matou seres vivos ... e que tinha
entendimento incorreto, e eu vejo que na dissolução do corpo, após a morte, ela
renasceu em um destino feliz, até mesmo no paraíso.’ Ele diz o seguinte: ‘Na
dissolução do corpo, após a morte, todos aqueles que matam seres vivos ... e
que têm entendimento incorreto renascem em um destino feliz, até mesmo no
paraíso. Aqueles que assim o entendem, entendem corretamente; aqueles que
pensam de outra forma estão enganados.’ Dessa forma, com obstinação, ele se
atém ao que ele, por si mesmo, entendeu, viu e descobriu, insistindo que:
‘Somente isto é verdadeiro, todo o restante é falso.’
11. “Aqui, Ananda, através do ardor ... um
contemplativo ou brâmane alcança uma tal concentração da mente que, quando a
sua mente está concentrada, com o olho divino que é purificado e ultrapassa o
humano, ele vê aquela pessoa que se absteve de matar seres vivos ... e que
tinha entendimento correto, e ele vê que na dissolução do corpo, após a morte,
ela renasceu em um destino feliz, até mesmo no paraíso. Ele diz o seguinte: ‘De
fato existem boas ações, existe o
resultado da boa conduta; pois eu vi uma pessoa que aqui se absteve de matar
seres vivos ... e que tinha entendimento correto, e eu vejo que na dissolução do
corpo, após a morte, ela renasceu em um destino feliz, até mesmo no paraíso.’
Ele diz o seguinte: ‘Na dissolução do corpo, após a morte, todos aqueles que se
abstêm de matar seres vivos ... e que têm entendimento correto renascem em um
destino feliz, até mesmo no paraíso. Aqueles que assim o entendem, entendem
corretamente; aqueles que pensam de outra forma estão enganados.’ Dessa forma,
com obstinação, ele se atém ao que ele, por si mesmo, entendeu, viu e
descobriu, insistindo que: ‘Somente isto é verdadeiro, todo o restante é
falso.’
12. “Aqui,
Ananda, através do ardor ... um contemplativo ou brâmane alcança uma tal
concentração da mente que, quando a sua mente está concentrada, com o olho
divino que é purificado e ultrapassa o humano, ele vê aquela pessoa que se
absteve de matar seres vivos ... e que tinha entendimento correto, e ele vê que
na dissolução do corpo, após a morte, ela renasce num estado de privação, num
destino infeliz, nos reinos inferiores, até mesmo no inferno. Ele diz o seguinte: ‘De fato não existem boas ações, não existe o resultado da boa conduta; pois
eu vi uma pessoa que aqui se absteve de matar seres vivos ... e que tinha
entendimento correto, e eu vejo que na dissolução do corpo, após a morte, ela
renasceu num estado de privação...até mesmo no inferno.’ Ele diz o seguinte:
‘Na dissolução do corpo, após a morte, todos aqueles que se abstêm de matar
seres vivos ... e que têm entendimento correto renascem em um estado de privação ... até mesmo no inferno. Aqueles que assim o entendem, entendem corretamente;
aqueles que pensam de outra forma estão enganados.’ Dessa forma, com
obstinação, ele se atém ao que ele, por si mesmo, entendeu, viu e
descobriu, insistindo que: ‘Somente isto é verdadeiro, todo o restante é
falso.’
13. “Então, Ananda, [4] quando um contemplativo ou brâmane diz: ‘De
fato existem ações prejudiciais, existe resultado da conduta prejudicial.’ Eu lhe concedo isso.
Quando ele diz: ‘Eu vi uma pessoa que aqui matava seres vivos ... e que tinha
entendimento incorreto, e eu vejo que na dissolução do corpo após a morte, ela
renasceu num estado de privação ... até mesmo no inferno,’ eu também lhe
concedo isso. Mas quando ele diz que: ‘Na dissolução do corpo, após a morte,
todos que matam seres vivos ... e que têm entendimento incorreto renascem num
estado de privação ... até mesmo no inferno,’ eu não lhe concedo isso. E quando
ele diz: ‘Aqueles que assim o entendem, entendem corretamente; aqueles que
pensam de outra forma estão enganados,’ eu também não lhe concedo isso. E
quando ele com obstinação, se atém ao que ele, por si mesmo, entendeu, viu
e descobriu, insistindo que: ‘Somente isto é verdadeiro, todo o restante é
falso,’ eu também não lhe concedo isso. Por que isso? Porque, Ananda, o
conhecimento do Tathagata sobre a grande explicação da ação é diferente.
14. “Então, Ananda, quando um contemplativo ou brâmane diz: ‘De
fato não existem ações prejudiciais, não existe resultado da conduta prejudicial.’ Eu não lhe
concedo isso. Quando ele diz: ‘Eu vi uma pessoa que aqui matava seres vivos ...
e que tinha entendimento incorreto, e eu vejo que na dissolução do corpo após a
morte, ela renasceu em um destino feliz ... até mesmo no paraíso,’ eu
lhe concedo isso. Mas quando ele diz que: ‘Na dissolução do corpo, após a
morte, todos que matam seres vivos ... e que têm entendimento incorreto
renascem em um destino feliz ... até mesmo no paraíso,’ eu não lhe concedo
isso. E quando ele diz: ‘Aqueles que assim o entendem, entendem corretamente;
aqueles que pensam de outra forma estão enganados,’ eu também não lhe concedo
isso. E quando ele com obstinação, se
atém ao que ele, por si mesmo, entendeu, viu e descobriu, insistindo que:
‘Somente isto é verdadeiro, todo o restante é falso,’ eu também não lhe concedo
isso. Por que isso? Porque, Ananda, o conhecimento do Tathagata sobre a grande
explicação da ação é diferente.
15. “Então, Ananda, quando
um contemplativo ou brâmane diz: ‘De fato existem boas ações, existe resultado
da boa conduta.’ Eu lhe concedo isso. Quando ele diz: ‘Eu vi uma pessoa que
aqui se absteve de matar seres vivos ... e que tinha entendimento correto, e eu
vejo que na dissolução do corpo após a morte, ela renasceu em um destino feliz
... até mesmo no paraíso,’ eu também lhe concedo isso. Mas quando ele diz que:
‘Na dissolução do corpo, após a morte, todos que se abstêm de matar seres vivos
... e que têm entendimento correto renascem em um destino feliz ... até mesmo
no paraíso,’ eu não lhe concedo isso. E quando ele diz: ‘Aqueles que assim o
entendem, entendem corretamente; aqueles que pensam de outra forma estão
enganados,’ eu também não lhe concedo isso. E quando ele com obstinação, se
atém ao que ele por si mesmo entendeu, viu e descobriu, insistindo que:
‘Somente isto é verdadeiro, todo o restante é falso,’ eu também não lhe concedo
isso. Por que isso? Porque, Ananda, o conhecimento do Tathagata sobre a grande
explicação da ação é diferente.
16. “Então,
Ananda, quando um contemplativo ou
brâmane diz: ‘De fato não existem boas ações, não existe resultado da boa conduta.’
Eu não lhe concedo isso. Quando ele diz: ‘Eu vi uma pessoa que aqui se absteve
de matar seres vivos ... e que tinha entendimento correto, e eu vejo que na
dissolução do corpo após a morte, ela renasceu num estado de privação ... até
mesmo no inferno,’ eu lhe concedo isso. Mas quando ele diz que: ‘Na dissolução
do corpo, após a morte, todos que se abstêm de matar seres vivos ... e que têm
entendimento correto renascem num estado de privação ... até mesmo no inferno,’
eu não lhe concedo isso. E quando ele diz: ‘Aqueles que assim o entendem,
entendem corretamente; aqueles que pensam de outra forma estão enganados,’ eu
também não lhe concedo isso. E quando ele com obstinação, se atém ao que
ele, por si mesmo entendeu, viu e descobriu, insistindo que: ‘Somente isto é
verdadeiro, todo o restante é falso,’ eu também não lhe concedo isso. Por que
isso? Porque, Ananda, o conhecimento do Tathagata sobre a grande explicação da
ação é diferente.
17. “Então, Ananda, [5] quanto à pessoa que matava seres vivos ... e
que tinha entendimento incorreto e que na dissolução do corpo, após a morte,
renasceu num estado de privação ... até mesmo no inferno: ou antes ela cometeu
uma ação prejudicial para ser sentida como dolorosa ou depois ela cometeu uma ação prejudicial
para ser sentida como dolorosa ou no momento da morte ela adquiriu e assumiu o
entendimento incorreto. [6] Por causa disso,
na dissolução do corpo, após a morte, ela renasceu num estado de privação ...
até mesmo no inferno. E desde que ela, aqui, matou seres vivos ... e manteve o
entendimento incorreto, ela irá experimentar o resultado disso ou no aqui e
agora, ou no próximo renascimento, ou em alguma existência subseqüente. [7]
18. “Então, Ananda, quanto à
pessoa que matava seres vivos ... e que tinha entendimento incorreto e que na
dissolução do corpo, após a morte, renasceu em um destino feliz ... até mesmo
no paraíso: ou antes ela cometeu uma ação boa para ser sentida como prazerosa
ou depois ela cometeu uma ação boa para ser sentida como prazerosa ou no
momento da morte ela adquiriu e assumiu o entendimento correto. [8]
Por causa disso, na dissolução do corpo, após a morte, ela
renasceu em um destino feliz ... até mesmo no paraíso. Mas desde que ela, aqui,
matou seres vivos ... e manteve o entendimento incorreto, ela irá experimentar
o resultado disso ou no aqui e agora, ou no próximo renascimento, ou em alguma
existência subseqüente.
19. “Então, Ananda, quanto à pessoa que se absteve de matar seres
vivos ... e que tinha entendimento correto e que na dissolução do corpo, após a
morte, renasceu em um destino feliz ... até mesmo no paraíso: ou antes ela
cometeu uma ação boa para ser sentida como prazerosa ou depois ela cometeu uma
ação boa para ser sentida como prazerosa ou no momento da morte ela adquiriu e
assumiu o entendimento correto. Por
causa disso, na dissolução do corpo, após a morte, ela renasceu em um destino
feliz ... até mesmo no paraíso. E desde que ela, aqui, se absteve de matar
seres vivos ... e manteve o entendimento correto, ela irá experimentar o
resultado disso ou no aqui e agora, ou no próximo renascimento, ou em alguma
existência subseqüente.
20. “Então, Ananda, quanto à pessoa que se absteve de matar seres
vivos ... e que tinha entendimento correto e que na dissolução do corpo, após a
morte, renasceu num estado de privação ... até mesmo no inferno: ou antes ela
cometeu uma ação prejudicial para ser sentida como dolorosa ou depois ela cometeu uma
ação prejudicial para ser sentida como dolorosa ou no momento da morte ela adquiriu e
assumiu o entendimento incorreto. Por
causa disso, na dissolução do corpo, após a morte, ela renasceu num estado de
privação ... até mesmo no inferno. E desde que ela, aqui, se absteve de matar seres vivos ... e manteve
o entendimento correto, ela irá experimentar o resultado disso, ou no aqui e
agora, ou no próximo renascimento, ou em alguma existência subseqüente.
21. “Dessa forma, Ananda,
existe a ação que é incapaz (de produzir bom resultado) e parece ser incapaz;
existe a ação que é incapaz (de produzir bom resultado) e parece ser capaz;
existe a ação que é capaz (de produzir bom resultado) e parece ser capaz;
existe a ação que é capaz (de produzir bom resultado) e parece ser incapaz. [9]
Isso foi o que disse o Abençoado. O venerável Ananda ficou satisfeito e
contente com as palavras do Abençoado.
[1] MA diz que Potaliputta na verdade não ouviu isso pessoalmente do
Buda mas ouviu um relato de que essas afirmações haviam sido feitas pelo Buda.
Essa afirmação é uma versão distorcida do que o Buda disse no MN 56.4 de que a ação mental é o tipo de ação mais
censurável entre os três tipos de ações prejudiciais. [Retorna]
[2] Esta
afirmação é feita pelo Buda no SN XXXVI.5,
referindo-se ao sofrimento inerente em todas as formações devido à sua
impermanência. Embora a afirmação em si seja verdadeira, Samiddhi parece tê-la
interpretado incorretamente, significando que toda sensação é sentida como
sofrimento, o que evidentemente é falso. [Retorna]
[3] MA: esta
seção não é a explicação do Tathagata, mas a preparação do cenário para
apresentar a explicação . [Retorna]
[4] MA:
Esta também não é a explicação do Tathagata mas ainda a preparação do cenário. O
objetivo aqui é mostrar o que pode ser aceito e o que deve ser rejeitado nas
afirmativas de contemplativos e brâmanes. Resumindo, as proposições feitas
relatando as suas observações diretas podem ser aceitas, mas as generalizações
derivadas dessas observações devem ser rejeitadas. [Retorna]
[5] Aqui é
onde começa a grande explicação da ação.
[Retorna]
[6] MA: A pessoa que foi vista com o olho divino matando seres vivos,
etc, renasce no inferno por causa de alguma outra ação prejudicial que foi cometida
antes da ação de matar, etc., ou por causa de uma ação prejudicial que foi cometida
depois ou por causa do entendimento incorreto que ela aceitou no momento da
morte. Embora o Pali pareça dizer que ela necessariamente renasceu no inferno
por conta de alguma outra ação diferente daquela que ela foi vista cometendo,
isto não deve ser entendido como uma afirmação verdadeira inquestionável mas
apenas como uma afirmação de uma possibilidade. Isto é, embora possa ser
verdade que ela tenha renascido no
inferno devido à ação prejudicial que ela foi
vista cometendo, também é possível que ela tenha renascido no inferno devido a
alguma outra ação prejudicial cometida antes ou mais tarde ou devido ao entendimento
incorreto. [Retorna]
[7] Esta
afirmação mostra que mesmo se o seu kamma ruim não gerar o modo de
renascimento, ele irá amadurecer de alguma outra forma quer seja nesta vida, ou
na próxima vida ou em alguma vida futura distante. [Retorna]
[8] Neste
caso o renascimento no paraíso deve ser devido a alguma outra ação diferente
daquela que ela foi vista cometendo, já que uma ação prejudicial não pode produzir um
renascimento favorável. [Retorna]
[9] MA: A
primeira é ilustrada pela pessoa que mata seres vivos e renasce no inferno: a
sua ação é incapaz (de produzir bom resultado) porque ela é danosa, e ela
aparenta ser incapaz porque, desde que ela renasce no inferno, parece ser essa
a causa do seu renascimento ali. A segunda é ilustrada pela pessoa que mata
seres vivos e renasce no paraíso: a sua ação é incapaz (de produzir bom
resultado) porque ela é danosa, no entanto ela aparenta ser capaz porque ela
renasce no paraíso; portanto para contemplativos e brâmanes de fora parece que
essa é a causa do seu renascimento no paraíso. Os dois termos restantes devem
ser entendidos dentro da mesma lógica com as mudanças necessárias. [Retorna]
Revisado: 29 Abril 2012
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