As Quatro Transgressões Parajika
Por
Ajaan Brahmavamso
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O núcleo da disciplina monástica é uma lista de regras chamada Patimokkha. No Patimokkha dos bhikkhus (para os monges) há 227 regras, enquanto no Patimokkha das bhikkhunis (para as monjas) há 311 regras. As quatro primeiras regras no Patimokkha, para ambos monges e monjas, são os quatro Parajika. A palavra Parajika (no antigo idioma indiano chamado Pali) é geralmente traduzida como "fazer com que o agente seja derrotado". Em termos práticos significa que o infrator tem que deixar de vestir, ou perder, o manto. Não é necessária nenhuma cerimônia ou julgamento. A partir do momento em que a transgressão é praticada, o transgressor perde automaticamente o seu status como monge ou monja Budista. Obviamente, estas quatro regras foram consideradas pelo Buda como violações graves da ética espiritual e um obstáculo significativo no caminho para a iluminação. Esse foi considerado um comportamento tão grave por parte de um monge ou monja que a pena de perda do manto se aplica para toda a vida! Tal pessoa simplesmente não pode ser re-ordenada após um período de punição.
As quatro transgressões que implicam Parajika, a pena de perda automática do manto são:
1 . Tomar parte em relações sexuais com outro ser de qualquer sexo.
2 . Roubar algo de valor (incluindo o contrabando, fraude ou deliberadamente evitar o pagamento de algum imposto).
3. Propositadamente matar um ser humano ou encorajar alguém a cometer o suicídio (isto inclui incitar alguém a assassinar outra pessoa e também inclui convencer uma mulher a fazer um aborto).
4 . Gabar-se de ter alcançado uma grande realização espiritual, sabendo que isso não é verdade. Por exemplo, alegar ter realizado a iluminação, de ser o Buda Maitreya, ter alcançado os Jhanas, ou a capacidade de ler a mente, quando a pessoa sabe que não realizou nenhum desses estados.
Se alguém souber que um monge ou monja praticou algum desses atos, então já poderá saber que ele ou ela não mais possui o status de um monge ou monja Budista. Ele ou ela deve deixar os mantos de lado. Se tentar esconder essa transgressão e não abandonar os mantos, é dito que o karma ruim produzido é de fato extremo!
No caso dessas quatro transgressões o desconhecimento não é desculpa. Nas escrituras Budistas há uma história que exemplifica isso: [1] um monge recém-ordenado que não tinha ainda sido instruído no Vinaya foi seduzido por sua ex-mulher a ter relações sexuais. Quando ele disse aos outros monges sobre o ocorrido, os monges foram até o Buda e perguntaram o que deveria ser feito. O Buda decretou que o monge infrator tinha que deixar os mantos e que no futuro, os quatro Parajika deveriam ser explicados a todos os monges imediatamente depois da ordenação. De fato, a orientação para um monge noviço sobre essas quatro regras tornou-se parte da própria cerimônia de ordenação. Portanto, não há desculpa!
Notas:
[1] Book of the Discipline, volume 4, pag. 124.
Fonte: BSWA Newsletter, April-June 1996.
Revisado: 10 Maio 2014
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