Samyutta Nikaya


O Samyutta Nikaya, a terceira divisão do Sutta Pitaka contém 2.904 suttas dos quais 1.071 suttas foram traduzidos para o Português. Os suttas estão agrupados em cinco livros ou seções (Vaggas):

Sagatha-Vagga         [Samyuttas: I (1) - XI (11)]
Nidana-Vagga           [Samyuttas: XII (12) - XXI (21)]
Khandha-Vagga        [Samyuttas: XXII (22) - XXXIV (34)]
Salayatana-Vagga     [Samyuttas: XXXV (35) - XLIV (44)]
Maha-Vagga              [Samyuttas: XLV (45) - LVI (56)]

Cada Vagga é subdividida em samyuttas, cada um dos quais contém suttas com tópicos similares. Os samyuttas são denominados de acordo com os tópicos dos suttas neles contidos. Por exemplo, o Kosala Samyutta (no Sagatha Vagga) contém suttas relativos ao rei Pasenadi de Kosala; o Vedana Samyutta (no Salayatana Vagga) contém suttas relativos a sensações, (vedana); e assim por diante,

Leia a Introdução ao Samyutta Nikaya, escrita pelo Bhikkhu Bodhi, que traz mais informações gerais sobre o conteúdo do Samyutta Nikaya, a sua relação com os demais nikayas e também uma comparação do Samyutta Nikaya com o Samyuktagama do Tripitaka em Chinês.

No final desta página encontra-se uma breve descrição do conteúdo de cada samyutta.

Os suttas do Samyutta Nikaya também estão disponíveis em livros ebook gratuitos.



Suttas selecionados do Samyutta Nikaya

Leia acerca dos vários sistemas de numeração dos suttas e as abreviações que são usadas neste site.

Os suttas foram traduzidos do Pali para o inglês por Bhikkhu Boddhi, Thanissaro Bhikkhu, Nyanaponika Thera e Piyadassi Thera. A descrição do conteúdo de cada samyutta também é da autoria do Bhikkhu Boddhi.

Conteúdo

I (1). Devata-samyutta - Devatas.

II (2). Devaputta-samyutta – Jovens Devas.

III (3). Kosala-samyutta - Rei Pasenadi.

IV (4). Mara-samyutta – Mara.

V (5). Bhikkhuni-samyutta – Bhikkhuni.

VI (6). Brahma-samyutta – Brahma.

VII (7). Brahmana-samyutta – Brâmanes.

VIII (8). Vangisa-samyutta – Vangisa.

IX (9). Vana-samyutta – Florestas.

X (10). Yakkha-samyutta – Yakkha.

XI (11). Sakka-samyutta - Sakka.

XII (12). Nidana-samyutta – Origem Dependente.

XIII (13). Abhisamaya-samyutta – Realização.

XIV (14). Dhatu-samyutta – Elementos.

XV (15). Anamatagga-samyutta – O inimaginável princípio de
samsara e transmigração
.

XVI (16). Kassapa-samyutta – Mahakassapa

XVII (17). Labhasakkara-samyutta – Ganhos e Honrarias.

XVIII (18). Rahula-samyutta – Rahula.

XIX (19). Lakkhana-samyutta – Lakkhana.

XX (20). Opamma-samyutta - Símiles.

XXI (21). Bhikkhu-samyutta - Bhikkhus

XXII (22). Khandha-samyutta – Agregados.

XXIII (23). Radha-samyutta – Radha.

XXIV (24). Ditthi-samyutta – Idéias.

XXV (25). Okkanti-samyutta – Entrando.

XXVI (26). Uppada-samyutta – Surgimento.

XXVII (27). Kilesa-samyutta – Contaminações.

XXVIII (28). Sariputta-samyutta – Sariputta.

XXIX (29). Naga-samyutta – Nagas.

XXX (30). Supanna-samyutta – Supanna.

XXXI (31). Gandhabba-samyutta – Gandhabba.

XXXII (32). Valahaka-samyutta – Valahaka.

XXXIII (33). Vacchagotta-samyutta – Vacchagotta.

XXXIV (34). Jhana-samyutta – Jhana.

XXXV (35). Salayatana-samyutta – Seis bases.

XXXVI (36). Vedana-samyutta – Sensações.

XXXVII (37). Matugama-samyutta – Mulheres.

XXXVIII (38). Jambukhadaka-samyutta – Jambukhadaka.

XXXIX (39). Samandaka-samyutta – Samandaka.

XL (40). Moggallana-samyutta – Moggallana.

XLI (41). Citta-samyutta – Citta.

XLII (42). Gamani-samyutta – Chefes.

XLIII (43). Asankhata-samyutta – Não Condicionado.

XLIV (44). Abyakata-samyutta – Não Declarado

XLV (45). Magga-samyutta – O Nobre Caminho Óctuplo

XLVI (46). Bojjhanga-samyutta – Os Sete Fatores da Iluminação

XLVII (47). Satipatthana-samyutta – Os Fundamentos da Atenção Plena

XLVIII (48). Indriya-samyutta – As Cinco Faculdades

XLIX (49). Sammappadhana-samyutta – Os Quatro Esforços Corretos

L (50). Bala-samyutta – Os Cinco Poderes

LI (51). Iddhipada-samyutta – As Quatro Bases do Poder Espiritual

LII (52). Anuruddha-samyutta – Anuruddha

LIII (53). Jhana-samyutta – Jhana

LIV (54). Anapana-samyutta – Respiração

LV (55). Sotapatti-samyutta – Entrar na Correnteza

LVI (56). Sacca-samyutta – Verdades


Sagatha Vagga [samyuttas I (1) - XI (11)]

O Sagatha Vagga contém 271 suttas dos quais 79 foram traduzidos para o Português


 

 I (1). Devata-samyutta - Devatas. Este samyutta contém 81 suttas dos quais 16 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Devata-samyutta.

 

 

 II (2). Devaputta-samyutta - Jovens Devas. Este samyutta contém 30 suttas dos quais 8 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Devaputta-samyutta.

 

 

 III (3). Kosala-samyutta - - Rei Pasenadi. Este samyutta contém 25 suttas dos quais 11 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Kosala-samyutta.

 

 

 IV (4). Mara-samyutta - – Mara. Este samyutta contém 25 suttas dos quais 7 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Mara-samyutta.

 

 

 V (5). Bhikkhuni-samyutta - Bhikkhuni. Este samyutta contém 10 suttas sendo que todos foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Bhikkhuni-samyutta.

 

 

 VI (6). Brahma-samyutta - Brahma. Este samyutta contém 15 suttas dos quais 4 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Brahma-samyutta.

 

 

 VII (7). Brahmana-samyutta - Brâmanes. Este samyutta contém 22 suttas dos quais 5 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Brahmana-samyutta.

 

 

 VIII (8). Vangisa-samyutta - Vangisa. Este samyutta contém 12 suttas dos quais 3 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Vangisa-samyutta.

 

 

 IX (9). Vana-samyutta - Florestas. Este samyutta contém 14 suttas dos quais 2 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Vana-samyutta.

 

 

 X (10). Yakkha-samyutta - Yakkha. Este samyutta contém 12 suttas dos quais 3 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Yakkha-samyutta.

 

 

 XI (11). Sakka-samyutta - Sakka. Este samyutta contém 25 suttas dos quais 8 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Sakka-samyutta.

 


Nidana Vagga [samyuttas XII (12) - XXI (21)]

O Nidana Vagga contém 286 suttas dos quais 132 foram traduzidos para o Português.


 

 XII (12). Nidana-samyutta - Origem Dependente. Este samyutta contém 93 suttas sendo que todos foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Nidana-samyutta.
Um apanhado geral dos ensinamentos do nidana samyutta também está disponível em áudio.

 

 

 XIII (13). Abhisamaya-samyutta - Realização. Este samyutta contém 11 suttas dos quais 1 foi traduzido para o Português. Leia sobre o conteúdo do Abhisamaya-samyutta.

 

  • Nakhasikha Sutta (SN XIII.1) – A Ponta da Unha. Este sutta apresenta um vívido símile que dá uma idéia de quanto sofrimento é abandonado totalmente ao alcançar o nível daquele que ‘entrou na correnteza’. Um bom encorajamento para colocar um esforço adicional na prática.

 

 XIV (14). Dhatu-samyutta - Elementos. Este samyutta contém 39 suttas dos quais 2 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Dhatu-samyutta.

 

 

 XV (15). Anamatagga-samyutta - inimaginável princípio do samsara (transmigração). Este samyutta contém 20 suttas dos quais 10 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Anamatagga-samyutta.

 

 

 XVI (16). Kassapa-samyutta - Mahakassapa. Este samyutta contém 13 suttas dos quais 6 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Kassapa-samyutta.

 

 

 XVII (17). Labhasakkara-samyutta - Ganhos e Honrarias. Este samyutta contém 43 suttas dos quais 8 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Labhasakkara-samyutta.

 

 

 XVIII (18). Rahula-samyutta - Rahula. Este samyutta contém 22 suttas dos quais 5 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Rahula-samyutta.

 

 

 XIX (19). Lakkhana-samyutta - Lakkhana. Este samyutta contém 21 suttas dos quais 1 foi traduzido para o Português. Leia sobre o conteúdo do Lakkhana-samyutta.

 

 

 XX (20). Opamma-samyutta - Símiles. Este samyutta contém 12 suttas dos quais 3 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Opamma-samyutta.

 

 

 XXI (21). Bhikkhu-samyutta - Bhikkhus. Este samyutta contém 12 suttas dos quais 3 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Bhikkhu-samyutta.

 


Khandha Vagga [samyuttas XXII (22) - XXXIV (34)]

O Khandha Vagga contém 716 suttas dos quais 245 foram traduzidos para o Português.


 

 XXII (22). Khandha-samyutta - Agregados. Este samyutta contém 159 suttas sendo que todos foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Khandha-samyutta.

Um apanhado geral dos ensinamentos do khandha samyutta também está disponível em áudio.

 

 

 XXIII (23). Radha-samyutta - Radha. Este samyutta contém 46 suttas dos quais 1 foi traduzido para o Português. Leia sobre o conteúdo do Radha-samyutta.

 

 

 XXIV (24). Ditthi-samyutta - Idéias. Este samyutta contém 96 suttas dos quais 7 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Ditthi-samyutta.

 

 

 XXV (25). Okkanti-samyutta - Entrando. Este samyutta contém 10 suttas dos quais 4 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Okkanti-samyutta.

 

 

 XXVI (26). Uppada-samyutta - Surgimento. Este samyutta contém 10 suttas dos quais 3 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Uppada-samyutta.

 

 

 XXVII (27). Kilesa-samyutta - Contaminações. Este samyutta contém 10 suttas dos quais 3 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Kilesa-samyutta.

 

 

 XXVIII (28). Sariputta-samyutta - Sariputta. Este samyutta contém 10 suttas dos quais 4 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Sariputta-samyutta.

 

 

 XXIX (29). Nagas-samyutta - Nagas. Este samyutta contém 50 suttas dos quais 12 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Naga-samyutta.

 

 

 XXX (30). Supanna-samyutta - Supanna. Este samyutta contém 46 suttas dos quais 12 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Supanna-samyutta.

 

 

 XXXI (31). Gandhabba-samyutta - Gandhabba. Este samyutta contém 112 suttas dos quais 12 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Gandhabba-samyutta.

 

 

 XXXII (32). Valahaka-samyutta - Valahaka. Este samyutta contém 57 suttas dos quais 12 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Valahaka-samyutta.

 

 

 XXXIII (33). Vacchagotta-samyutta - Vacchagotta. Este samyutta contém 55 suttas dos quais 5 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Vacchagotta-samyutta..

 

 

 XXXIV (34). Jhana-samyutta - Jhana. Este samyutta contém 55 suttas dos quais 10 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Jhana-samyutta.

 


Salayatana Vagga [samyuttas XXXV (35) - XLIV (44)]

O Salayatana Vagga contém 434 suttas dos quais 298 foram traduzidos para o Português


 

 XXXV (35). Salayatana-samyutta - Seis bases. Este samyutta contém 248 suttas sendo que todos foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Salayatana-samyutta.

Um apanhado geral dos ensinamentos do salayatana-samyutta também está disponível em áudio

 

 

 XXXVI (36). Vedana-samyutta - Sensações. Este samyutta contém 31 suttas dos quais 17 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Vedana-samyutta.

 

 

 XXXVII (37). Matugama-samyutta - Mulheres. Este samyutta contém 34 suttas dos quais 6 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Matugama-samyutta.

 

 

 XXVIII (38). Jambukhadaka-samyutta - Jambukhadaka. Este samyutta contém 16 suttas dos quais 5 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Jambukhadaka-samyutta.

 

 

 XXXIX (39). Samandaka-samyutta - Samandaka. Este samyutta contém 16 suttas dos quais 2 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Samandaka-samyutta.

 

 

 XL (40). Moggallana-samyutta - Moggallana. Este samyutta contém 11 suttas dos quais 2 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Mogallana-amyutta.

 

 

 XLI (41). Citta-samyutta - Citta. Este samyutta contém 10 suttas dos quais 3 foram traduzidos para o Português. Leia sobre conteúdo do Citta-samyutta.

 

 

 XLII (42). Gamani-samyutta - Chefes. Este samyutta contém 13 suttas dos quais 5 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Gamani-samyutta.

 

 

 XLIII (43). Asankhata-samyutta - Não Condicionado. Este samyutta contém 44 suttas dos quais 6 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Asankhata-samyutta.

 

 

 XLIV (44). Abyakata-samyutta - Não Declarado. Este samyutta contém 11 suttas dos quais 3 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Abyakata-samyutta.

 


 Maha Vagga [samyuttas XLV (45) - LVI (56)]

O Maha Vagga contém 1.197 suttas dos quais 317 foram traduzidos para o Português


 

XLV (45). Magga-samyutta – O Nobre Caminho Óctuplo. Este samyutta contém 180 suttas dos quais 45 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Magga-samyutta.

 

 

 XLVI (46). Bojjhanga-samyutta - Os Sete Fatores da Iluminação. Este samyutta contém 184 suttas dos quais 49 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Bojjhanga-samyutta.

 

 

XLVII (47). Satipatthana-samyutta – Os Fundamentos da Atenção Plena. Este samyutta contém 104 suttas dos quais 42 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Satipatthana-samyutta.

 

 

XLVIII (48). Indriya-samyutta – As Cinco Faculdades. Este samyutta contém 178 suttas dos quais 45 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Indriya-samyutta.

 

 

XLIX (49). Sammappadhana-samyutta – Os Quatro Esforços Corretos. Este samyutta contém 54 suttas dos quais 14 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Sammappadhana-samyutta.

 

 

L (50). Bala-samyutta – Os Cinco Poderes. Este samyutta contém 108 suttas dos quais 14 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Bala-samyutta.

 

 

LI (51). Iddhipada-samyutta – As Quatro Bases do Poder Espiritual. Este samyutta contém 86 suttas dos quais 25 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Iddhipada-samyutta.

 

 

LII (52). Anuruddha-samyutta – Anuruddha. Este samyutta contém 24 suttas dos quais 9 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Anuruddha-samyutta.

 

 

LIII (53). Jhana-samyutta – Jhana. Este samyutta contém 54 suttas dos quais 14 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Jhana-samyutta.

 

 

LIV (54). Anapana-samyutta – Respiração. Este samyutta contém 20 suttas dos quais 5 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Anapana-samyutta.

 

 

LV (55). Sotapatti-samyutta – Entrar na Correnteza. Este samyutta contém 74 suttas dos quais 22 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Sotapatti-samyutta.

 

 

LVI (56). Sacca-samyutta – Verdades. Este samyutta contém 131 suttas dos quais 33 foram traduzidos para o Português. Leia sobre o conteúdo do Sacca-samyutta.

 

 


Conteúdo dos Samyuttas:

I. Devata-samyutta – Devatas

Devata é um substantivo abstrato originário da palavra deva mais o sufixo abstrato ta, com o significado de divindade, a condição ou estado divino. Embora a palavra “devata” seja do gênero feminino isso não quer dizer que todos os devas sejam do sexo feminino. Os textos raramente indicam o sexo, embora, parece, os devas possam ser de ambos os sexos e algumas vezes estão além de uma diferenciação sexual. Os devas são deuses que habitam vários mundos do reino da esfera sensual, acima do mundo humano. No Budismo os devas não são deuses imortais que exercem um papel criativo no processo cósmico. Eles são simplesmente seres elevados, bem-aventurados e luminosos, que antes habitavam o mundo humano e que renasceram nos mundos celestiais como resultado de ações meritórias. Com raras exceções, os devas demonstram tanto apego à delusão e ao desejo sensual como os seres humanos. Os devas em geral visitam o Buda na calada da noite, enquanto o resto do mundo dorme. Algumas vezes eles recitam versos elogiando o Mestre, algumas vezes formulam questões ou buscam instruções, algumas vezes pedem que o Mestre aprove as suas idéias e em outras o provocam ou desafiam. Portanto, os suttas neste samyutta abrangem uma grande variedade de tópicos sem uma lógica particular quanto à sua seqüência.[Retorna]

II. Devaputta-samyutta – Jovens Devas

Os devaputtas, ou “filhos dos devas”, são jovens devas que recentemente surgiram nos seus respectivos mundos de existência. Alguns suttas são idênticos a suttas já apresentados no Devata-samyutta. Por outro lado, uma grande parte dos suttas neste samyutta foca o treinamento monástico e não há qualquer indicação nos textos para a razão disso. Alguns suttas levantam questões interessantes sob o ponto de vista doutrinário. Esses suttas receberam prioridade na tradução para o Português. [Retorna]

III. Kosala-samyutta - Rei Pasenadi

Este samyutta nos apresenta o Rei Pasenadi de Kosala. De acordo com os textos Budistas, o Rei Pasenadi era um discípulo devoto do Buda e com freqüência buscava o seu conselho, mas não existe nenhum registro de que ele tenha alcançado algum estágio de iluminação. Pasenadi foi conduzido ao Buda por sua esposa, a Rainha Mallika, cuja devoção ao Mestre ele ressentia. O relato sobre como Mallika convenceu Pasenadi acerca da sabedoria do Buda é encontrado no MN 87. O MN 89 traz um relato comovente do último encontro do Rei com o Buda, ambos com oitenta anos de idade. [Retorna]

IV. Mara-samyutta – Mara

Mara é o Senhor do Mal no Budismo, a Tentação e Senhor da Sensualidade, cujo objetivo é desviar os praticantes do caminho para a libertação e mantê-los aprisionados no ciclo de sucessivos nascimentos e mortes. Algumas vezes os textos empregam o termo “Mara” com um sentido metafórico, representando as causas psicológicas internas do cativeiro, como o desejo e a cobiça, e as coisas externas às quais nos apegamos, em particular os próprios cinco agregados. Mas é evidente que a linha de pensamento dos suttas não concebe Mara apenas como uma representação das fraquezas morais humanas, mas o vê como uma divindade maléfica real cujo objetivo é frustrar os esforços daqueles que têm como meta alcançar o objetivo supremo. A prova disso está na perseguição do Buda e dos arahants depois que estes alcançaram a iluminação, o que não seria crível se Mara fosse concebido apenas como uma projeção psicológica. [Retorna]

V. Bhikkhuni-samyutta – Bhikkhuni

Uma compilação de dez suttas breves em que os protagonistas são bhikkhunis, monjas Budistas. Em todos os suttas há uma confrontação da bhikkhuni com Mara. Todas as bhikkhunis são arahant e as intenções de Mara são totalmente frustradas. [Retorna]

VI. Brahma-samyutta – Brahma

Brahma era o deus supremo no Bramanismo antigo, concebido como o criador do Universo e venerado pelos Brâmanes com sacrifícios e rituais. O Buda re-interpretou a idéia de Brahma e transformou o deus único e todo poderoso dos Brâmanes numa classe de devas glorificados no reino da matéria sutil, num plano muito acima do reino da esfera sensual. Esses devas habitam aquilo que é chamado de “o mundo de brahma”. Como todos os demais seres sencientes, os brahmas são impermanentes, ainda atados ao ciclo de renascimentos, embora algumas vezes eles se esqueçam disso e se imaginem imortais. Os Nikayas oferecem uma avaliação ambivalente dos brahmas. Por um lado eles são retratados como valorosos protetores da Revelação do Buda e devotos discípulos do Mestre. Mas exatamente devido à sua longevidade e à elevada estatura na hierarquia cósmica, os brahmas estão sujeitos à delusão e presunção, algumas vezes imaginando que são criadores todo poderosos e soberanos do Universo. [Retorna]

VII. Brahmana-samyutta – Brâmanes

Este samyutta registra conversas do Buda com brâmanes. Os suttas mostram o Buda como a encarnação da paciência e da paz, capaz de realizar naqueles que o atacavam o milagre da transformação, através da sua inabalável equanimidade e impecável sabedoria. [Retorna]

VIII. Vangisa-samyutta – Vangisa

O bhikkhu Vangisa foi declarado pelo Buda o discípulo mais destacado na oratória inspiradora. Esse título foi conferido por conta da sua habilidade em compor versos espontâneos. [Retorna]

IX. Vana-samyutta – Florestas

A maioria dos suttas neste samyutta seguem um padrão estereotipado. Um bhikkhu está só na floresta, onde ele deveria estar meditando ardentemente, mas as fraquezas humanas acabam fazendo com que ele se desvie da sua tarefa. Então, uma devata que habita a floresta, por compaixão, o adverte em versos para reconduzí-lo à sua prática. [Retorna]

X. Yakkha-samyutta – Yakkha

Os yakkhas são espíritos ferozes que habitam áreas remotas como florestas, montanhas e cavernas abandonadas. Eles são retratados como seres abomináveis e com temperamento colérico, mas quando recebem oferendas e demostrações de respeito, eles se tornam benignos e podem proteger as pessoas ao invés de lhes causar dano. Os suttas neste samyutta cobrem um amplo espectro de tópicos e o que os une não é tanto o conteúdo dos versos, mas mostrar o Buda como o sábio invencível capaz de domesticar e transformar até mesmo os ogros mais fantásticos e temíveis. [Retorna]

XI. Sakka-samyutta – Sakka

No panteão Budista, Sakka é o soberano dos devas no paraíso de Tavatimsa e também é um discípulo do Buda. Uma longa conversa entre o Buda e Sakka, culminando com a sua realização do estado de sotapanna, é relatada no Sakkapañña Sutta (DN 20). Este samyutta não relata os encontros do Buda com Sakka, mas sim, (nas palavras do próprio Buda), as ações e conversas de Sakka. Os suttas são, portanto, apresentados como fábulas, mas fábulas que contêm uma mensagem ética. Na cosmologia Budista os devas do Tavatimsa estão em constante conflito com os asuras ou titãs. Este samyutta mostra repeditadamente Sakka lutando com Vepacitti e Verocana, os líderes dos asuras. Os dois grupos podem ser vistos representando filosofias políticas distintas. Os líderes dos asuras preferem exercer a autoridade através da força e da retaliação contra os inimigos. Em contraste, Sakka representa o governo com base na retidão, paciência com os agressores e o tratamento compassivo em relação aos que cometem más ações. [Retorna]

XII. Nidana-samyutta – Origem Dependente

O Nidanasamyutta contém 93 suttas breves que tratam da origem dependente. A palavra nidana significa causa ou origem e algumas vezes é empregada numa cadeia de sinônimos que inclui hetu, samudaya e paccaya, “raiz ou causa, origem e condição”. Nidana também é o nome do sutta mais longo do Cânone sobre a origem dependente (DN 15). A origem dependente é um dos ensinamentos centrais no Budismo, tão importante que o MN 28 menciona a afirmação do Buda, “Quem vê a origem dependente vê o Dhamma; quem vê o Dhamma vê a origem dependente.” O propósito do ensinamento da origem dependente é expor as condições que sustentam o ciclo de renascimentos, samsara, e mostrar o que deve ser feito para se obter a libertação desse ciclo. A existência dentro do samsara é sofrimento e um cativeiro, e por esta razão, o fim do sofrimento demanda a libertação do ciclo. Para conquistar a libertação é necessário compreender o esquema condicional que sustenta o nosso cativeiro. É a origem dependente que define esse esquema condicional. [Retorna]

XIII. Abhisamaya-samyutta – Realização

O propósito deste samyutta é exaltar a realização do dhamma ou a obtenção do olho do dhamma, o evento que transforma uma pessoa comum num nobre discípulo no nível mínimo do ‘entrar na correnteza’, (sotapanna). [Retorna]

XIV. Dhatu-samyutta – Elementos

Os 39 suttas deste samyutta tratam dos diversos tipos de elementos e entre eles se encontram os quatro grandes elementos terra, água, fogo e ar. [Retorna]

XV. Anamatagga-samyutta – O inimaginável princípio do samsara (transmigração)

Os suttas deste samyutta tratam da imensurável massa de sofrimento que foi experimentada ao longo da incalculável perambulação no samsara. [Retorna]

XVI. Kassapa-samyutta – Mahakassapa

Mahakassapa foi nomeado pelo Buda como o discípulo mais proeminente na observância de práticas ascéticas. Depois da morte do Buda, Kassapa assumiu o controle da Sangha e tomou a iniciativa de organizar o primeiro concílio Budista. [Retorna]

XVII. Labhasakkara-samyuttaGanhos e Honrarias

De acordo com os ensinamentos do Buddha, a vida de um bhikkhu deveria ser de renúncia aos prazeres dos sentidos e desapego em relação às recompensas tradicionais que são proporcionadas pela vida em família e pela participação ativa na sociedade. Exatamente por essa dedicação a uma vida austera e simples, voltada ao cultivo espiritual, os bhikkhus estariam sujeitos a serem considerados prematuramente como pessoas santas e por conseguinte receberem toda sorte de ganhos e honrarias, o que traria o risco potencial de terem seu ego inflado, a auto-exaltação e o menosprezo dos outros, que são obstáculos no caminho para a “insuperável libertação contra o cativeiro.” Este samyutta contém suttas nos quais o Buddha adverte os bhikkhus para os perigos contidos nos ganhos, honrarias e fama. [Retorna]

XVIII. Rahula-samyuttaRahula

Rahula era o filho do Buda que nasceu pouco antes dele deixar a vida em família em busca da iluminação. Rahula foi ordenado como noviço na primeira visita do Buda à sua cidade natal, Kapilavatthu, um ano depois da sua iluminação. Este samyutta reúne 22 suttas discursados para Rahula. O Majjhima Nikaya contém três suttas mais longos discursados para Rahula (MN 61, 62 e 147).[Retorna]

XIX. Lakkhana-samyuttaLakkhana

Embora este samyutta tenha recebido o título do bhikkhu Lakkhana, o único papel dele é servir de contraste a Mahamoggallana, o discípulo que se destacava no exercício dos poderes supra-humanos. Cada sutta segue o mesmo formato, Moggalana descreve os sofrimentos de um peta, ou espírito atormentado, que ele viu através da sua visão supra-humana. O Buda confirma isso e explica o kamma que está por trás dessa situação. [Retorna]

XX. Opamma-samyuttaSímiles

Este samyutta contém 12 suttas que tratam de tópicos diversos e que na maioria estão relacionados com o treinamento dos bhikkhus. Embora os tópicos sejam diversos, todos os suttas incorporam um símile e é com base nisso que eles foram colecionados neste samyutta. [Retorna]

XXI. Bhikkhu-samyuttaBhikkhus

Este samyutta contém 12 suttas que tratam de tópicos diversos e foram discursados por bhikkhus ou tratam de certos bhikkhus. [Retorna]

XXII. Khandha-samyutta – Agregados

O tópico deste samyutta são os cinco agregados que foram o principal esquema de categorias empregado pelo Buda para analisar os seres sencientes. O exame dos cinco agregados desempenha um papel crítico nos ensinamentos do Buda por pelo menos quatro razões. Primeiro, porque os cinco agregados são a referência última para a primeira nobre verdade, a verdade do sofrimento, e visto que todas as quatro nobres verdades revolvem em torno do sofrimento, a compreensão dos agregados é essencial para a compreensão das quatro nobres verdades como um todo. Segundo, porque os cinco agregados são o domínio objetivo do apego e dessa forma contribuem como condição para o surgimento do sofrimento no futuro. Terceiro, porque a remoção do apego é necessária para alcançar a libertação e o apego tem que ser removido daqueles objetos nos quais os seus tentáculos estão enrolados, isto é, os cinco agregados. Quarto, porque a remoção do apego é obtida através da sabedoria e o tipo de sabedoria necessária é exatamente o insight relacionado à real natureza dos agregados.

A análise dos agregados empregada pelo Buda não é empreendida com o objetivo de alcançar um entendimento objetivo, científico, do que é um ser humano da maneira como é empreendido pela fisiologia e psicologia. Para o Buda, a investigação da natureza da existência está sempre subordinada ao poder liberativo do Dhamma e por essa razão só aqueles aspectos da existência que contribuem para a realização desse objetivo recebem atenção.[Retorna]

XXIII. Radha-samyutta – Radha

Este samyutta em essência é um apêndice ao Khandha-samyutta, visto que trata apenas dos agregados, a única diferença aqui é que todos os suttas são dirigidos a um único bhikkhu chamado Radha. Muitos dos suttas neste samyutta são idênticos, exceto pelo interlocutor, a suttas encontrados no khandha-samyutta. De acordo com os comentários, o Buda apreciava conversar com este bhikkhu sobre temas profundos e sutis.[Retorna]

XXIV. Ditthi-samyutta – Idéias

Este samyutta também é uma extensão do Khandha-samyutta apresentando sob vários ângulos a maneira pela qual as idéias se originam do apego aos cinco agregados.[Retorna]

XXV. Okkanti-samyutta – Entrando.[Retorna]

XXVI. Uppada-samyutta – Surgimento.[Retorna]

XXVII. Kilesa-samyutta – Contaminações.[Retorna]

Estes três samyuttas podem ser tratados em conjunto visto que todos seguem um mesmo esquema diferindo apenas no modo como o material é usado para articular os distintos temas. O esquema empregado é a classificação dos fatores das experiências em dez grupos: seis bases internas; seis bases externas; seis tipos de consciência, contato, sensação, percepção, volição e desejo; seis elementos; cinco agregados. Assim, cada samyutta tem dez suttas, cada um dedicado a um desses grupos.

XXVIII. Sariputta-samyutta – Sariputta.

Sariputta é conhecido como o mais destacado discípulo do Buda no que diz respeito à sabedoria, mas nestes suttas ele é retratado também como um adepto da meditação de concentração. Cada sutta mostra o Ven. Sariputta explicando como ele entra e emerge de cada jhana e de cada realização imaterial.[Retorna]

XXIX. Naga-samyutta – Nagas. [Retorna]

XXX. Supanna-samyutta – Supanna. [Retorna]

XXXI. Gandhabba-samyutta – Gandhabba. [Retorna]

XXXII. Valahaka-samyutta – Valahaka. [Retorna]

Estes quatro samyuttas podem ser apresentados em conjunto visto que todos tratam de certas categorias de seres sencientes, que sob a perspectiva moderna seriam considerados mitológicos. Em cada samyutta o Buda enumera as sub-divisões de cada categoria e os tipos de kamma que conduzem ao renascimento naquele modo de existência. Através da contagem em separado de cada tipo de oferenda dada pelo aspirante por um renascimento naqueles destinos e conectando-as com as subdivisões de cada categoria, um grande número de suttas é gerado.

Os nagas são dragões, seres semelhantes a serpentes, poderosos e misteriosos, acredita-se serem eles habitantes da região do Himalaia, sob a terra e também no fundo dos oceanos. Eles são muitas vezes reconhecidos como seres com acesso a tesouros escondidos e de terem a habilidade para conceder favores aos seus benfeitores humanos. Eles também podem aparecer na terra e assumir temporariamente a forma humana.

Os supannas são idênticos aos garudas, aves de rapina ferozes que atacam os nagas desavisados e os devoram.

Os gandhabbas são mais benignos, embora sejam algumas vezes representados como músicos celestiais, neste caso se trata de divindades de plantas.

Os valahakas são devas que habitam nas nuvens.

Estes seres não se encaixam com facilidade dentro da tradicional cosmologia Budista. Ao que parece eles pertencem a uma zona intermediária entre o mundo humano e o primeiro paraíso.

XXXIII. Vacchagotta-samyutta – Vacchagotta

Vacchagotta era um errante que com freqüência visitava o Buda para formular perguntas, quase sempre de cunho filosófico. Tendo sido por fim convencido, ele se tornou um bhikkhu e alcançou o estado de arahant. (Veja o MN 71, 72, 73). Este samyutta mostra Vacchagotta na sua fase de inquisidor. O samyutta contém 55 suttas criados através de um processo de permutação. Nos cinco primeiros suttas, em resposta às perguntas de Vaccha, o Buda explica porque as dez idéias especulativas surgem no mundo, isto é, pelo desconhecimento dos cinco agregados. Cada sutta trata de um agregado e assim temos cinco suttas. Os cinqüenta suttas restantes são criados tomando dez sinônimos para não conhecer (não ver, não compreender, não discernir, não penetrar, etc.) relacionando-os aos cinco agregados. [Retorna]

XXXIV. Jhana-samyutta – Jhana

Apesar do título, este samyutta não trata do resultado da concentração, (samadhi), mas dos tipos de habilidades necessárias para alcançar a concentração. O samyutta mostra todas as permutações das onze habilidades duas a duas. Cada par é analisado em quatro possibilidades: aquele que possui uma mas não a outra, possui a segunda mas não a primeira, não possui nenhuma, possui ambas. [Retorna]

XXXV. Salayatana-samyutta – Seis bases

O Salayatana-samyutta trata das seis bases internas e externas. À primeira vista pode parecer que as seis bases internas e externas devem ser compreendidas simplesmente como as seis faculdades sensoriais e os seus objetos, com o termo ayatana, base, tendo o significado de origem ou fonte. Embora muitos suttas suportem essa suposição, a exegese Theravada compreende que os seis pares de bases são um esquema de classificação completo capaz de acomodar todos os fatores da existência mencionados nos Nikayas. Essa conceituação das seis bases provavelmente teve origem no Sabba Sutta, no qual o Buda diz que os seis pares de bases são “o todo” além do qual nada mais existe. Visto por este ângulo, as seis bases internas e externas oferecem uma alternativa aos cinco agregados como um esquema de classificação fenomenológica. A relação entre esses dois esquemas em linhas gerais pode ser vista como semelhante à análise horizontal e vertical de um órgão, com a análise através dos agregados correspondendo à perspectiva horizontal e a análise através das seis bases correspondendo à perspectiva vertical. Por exemplo, na ocasião de uma experiência visual, a consciência no olho surge na dependência do olho e das formas; o encontro dos três é o contato; e com o contato como condição surgem a sensação, percepção e formações. Vendo essa experiência sob a perspectiva vertical através das bases dos sentidos, o olho e as formas visíveis são cada um uma base separada, respectivamente a base olho e a base forma; a consciência no olho pertence à base mente; e o contato no olho, sensação, percepção e formações são todos atribuídos à base objetos mentais. No entanto, embora esse tratamento das bases encontre respaldo nos Nikayas, estes em geral apresentam os seis pares de bases não como um esquema fenomenológico completo mas como ponto de partida para a origem das experiências dos sentidos.

Da mesma forma que com relação aos agregados, a preocupação com a classificação e interação das bases é governada não pelo interesse em alcançar uma perfeição teórica, mas para satisfazer as exigências práticas do caminho Budista que tem por objetivo a libertação do sofrimento. A principal preocupação pragmática com relação às bases é a erradicação do apego, pois tal como com os agregados, as bases servem como solo fértil no qual o apego se enraíza e cresce. [Retorna]

XXXVI. Vedana-samyuttaSensações

Embora a sensação tenha sido mencionada com freqüência como produto do contato nas seis bases dos sentidos nos suttas do Salayatana-samyutta, visto que a sensação é uma força poderosa na ativação das contaminações, esta recebe um tratamento especial com um samyutta próprio. A sensação é um elo chave na cadeia da origem dependente, o precursor imediato do desejo, portanto, para romper essa cadeia é necessário que superemos as respostas às sensações, que regra geral estão afetadas pelas contaminações. Essa é a razão porque o Buda estabeleceu a sensação como um dos quatro fundamentos da atenção plena, (satipatthana). Vários suttas neste samyutta explicam que os três tipos de sensação servem como estímulo para as tendências subjacentes ou obsessões, (anusaya). Cada sensação é correlacionada com uma tendência diferente: a sensação prazerosa com o desejo sensual; a sensação dolorosa com a aversão; a sensação neutra com a ignorância. O sistema de treinamento mental do Buda visa controlar as nossas reações a essas sensações no ponto exato em que elas surgem, sem permitir que proliferem e despertem as correspondentes tendências. O nobre discípulo, é claro, continua experimentando sensações enquanto viver, mas ao erradicar as tendências subjacentes ele não é no íntimo perturbado pelas sensações. [Retorna]

XXXVII. Matugama-samyutta – Mulheres

Este samyutta trata de temas ligados às mulheres. O Buda explica o que faz uma mulher ser atraente para um homem, os tipos de sofrimento particulares às mulheres, as qualidades morais que conduzem uma mulher a um bom renascimento e a um renascimento ruim. Neste samyutta o Venerável Anurudha desempenha um papel importante em vista da sua habilidade com o olho divino que o levavam a questionar o Buda sobre esse tipo de tema. [Retorna]

XXXVIII. Jambukhadaka-samyutta – Jambukhadaka [Retorna]

XXXIX. Samandaka-samyutta – Samandaka [Retorna]

Estes dois samyuttas, cada um com dezesseis suttas, possuem conteúdo idêntico e apenas diferem com respeito ao interlocutor, dois errantes cujos nomes dão o título a cada samyutta. Os suttas tratam de questões formuladas pelos errantes ao Venerável Sariputta.

XL. Moggallana-samyutta – Moggallana

Mahamoggallana era o segundo principal discípulo do Buda. Neste samyutta os suttas descrevem o seu esforço em busca do despertar assediado por dificuldades na meditação. Em todas ocasiões ele superou as dificuldades apenas com a ajuda do Buda, que empregava os seus poderes supra-humanos para orientá-lo “à distância”. [Retorna]

XLI. Citta-samyutta – Citta

Citta era um chefe de família que no AN I.26 foi nomeado pelo Buda como o discípulo leigo mais destacado dentre os oradores do Dhamma. Os suttas deste samyutta mostram Citta com um amplo conhecimento dos ensinamentos, profunda experiência na meditação, aguçada sabedoria e apurado senso de humor. [Retorna]

XLII. Gamani-samyutta – Chefes

Neste samyutta todos os interlocutores são descritos como gamani, chefes tribais. Na maioria dos casos eles não são discípulos do Buda e em alguns casos até demonstram certa hostilidade, mas em todos os casos o Buda os convence com argumentos lógicos e uma cuidadosa análise dos problemas que eles apresentam. [Retorna]

XLIII. Asankhata-samyutta – Não Condicionado

Este samyutta funciona como um compêndio para as diferentes designações de Nibbana e os vários modos de prática que conduzem a Nibbana. [Retorna]

XLIV. Abyakata-samyutta – Não Declarado

Os suttas deste samyutta tratam todos da questão, porque o Buda não adotou nenhum dos dogmas metafísicos advogados e intensamente debatidos pelos seus contemporâneos. O interesse se concentra particularmente na questão de se o Tathagata existe ou não depois da morte. [Retorna]

XLV. Magga-samyutta – O Nobre Caminho Óctuplo

O Nobre Caminho Óctuplo foi revelado pelo Buda já no seu primeiro discurso, que colocou em movimento a roda do Dhamma, e é com freqüência mencionado ao longo dos demais suttas. O caminho óctuplo engloba os três treinamentos na virtude, concentração e sabedoria; esse caminho guia as ações praticadas com a mente, linguagem e corpo; e transforma a conduta, pensamento e idéias de uma pessoa comum na conduta, pensamento e idéias de uma pessoa nobre. O caminho óctuplo foi descrito pelo Buda como nobre, ariya, e num sentido amplo essa qualificação significa que é um caminho a ser praticado pelos nobres e por aqueles que aspiram a alcançar esse estado de nobreza espiritual interior. A partir do sutta SN XLV.97 há uma série de suttas que serão repetidos, com os respectivos ajustes, nos demais samyuttas do Maha Vagga. [Retorna]

XLVI. Bojjhanga-samyuttaOs Sete Fatores da Iluminação

A palavra bojjhanga é um composto de bodhi, iluminação, e anga, membro ou fator. Os comentários interpretam essa palavra através de uma analogia com jhananga, os fatores de jhana, considerando-os como os fatores constitutivos da iluminação. No Abhidhamma Pitaka essa interpretação é tão proeminente que nos textos que empregam o método estrito do Abhidhamma, (em oposição aos que fazem uso do método dos Suttas), os bojjhangas são atribuídos apenas aos estados de consciência supramundanos, aqueles que pertencem aos caminhos supramundanos, não aos estados de consciência mundanos benéficos ou saudáveis. No bojjhanga-samyutta, no entanto, os fatores da iluminação recebem essa denominação porque conduzem à iluminação, ou seja são um conjunto de fatores mentais que funcionam como causas e condições para alcançar a iluminação. Os fatores da iluminação surgem como parte da prática dos três últimos fatores do Nobre Caminho Óctuplo, guiados pelo Entendimento Correto; mas eles representam este segmento do caminho num grau mais refinado de detalhe, reconhecendo as qualidades contrastantes que precisam ser mantidas num delicado equilíbrio para que o caminho produza os seus frutos. Primeiro o meditador aplica a atenção plena ao objeto da meditação, em geral tomando por base os quatro fundamentos da atenção plena: esse é o fator da iluminação da atenção plena. À medida que a atenção plena se estabiliza, ele passa a discernir as características do objeto com mais clareza, podendo assim distinguir entre os estados mentais benéficos e prejudiciais que surgem no processo de meditação: o fator da iluminação da investigação dos fenômenos. Isso estimula o esforço: o fator da iluminação da energia. Da energia aplicada ao trabalho de purificação surge a satisfação e esta se intensifica: o fator da iluminação do êxtase. Com o refinamento do êxtase, o corpo e a mente se acalmam: o fator da iluminação da tranqüilidade. A mente tranqüila atinge a unicidade com facilidade: o fator da iluminação da concentração. O meditador observa com equanimidade a mente concentrada: o fator da iluminação da equanimidade. E cada fator que surge não desaparece, mas permanece presente como associado, (embora o êxtase desapareça à medida que a concentração se aprofunde). Assim, num estágio maduro do desenvolvimento dos fatores da iluminação, todos os sete fatores estarão presentes simultaneamente, cada um com a sua contribuição distinta. Os fatores da iluminação são classificados em dois grupos: estimulação e contenção. A estimulação surge primeiro: investigação dos fenômenos, energia e êxtase. A contenção surge depois: tranqüilidade, concentração e equanimidade. Os fatores de estimulação devem ser cultivados quando a mente estiver frouxa. Os fatores de contenção devem ser cultivados quando a mente estiver excitada. A atenção plena não faz parte de nenhuma das duas categorias pois é proveitosa em todas as situações, especialmente para assegurar que os fatores de estimulação e contenção estejam em equilíbrio. A série de repetição de suttas ocorre a partir do SN XLVI.82. [Retorna]

XLVII. Satipatthana-samyutta – Os Fundamentos da Atenção Plena

Nos suttas do Satipatthana-samyutta não se encontra uma explicação detalhada da prática dos quatro fundamentos da atenção plena. Essa explicação é apresentada nos Satipatthana Suttas encontrados no Majjhima Nikaya: MN 10, MN 118, MN 119 e no Digha Nikaya: DN 22. No entanto, a importância dos fundamentos da atenção plena é enfatizada também no satipatthana-samyutta onde eles são descritos como ekayana magga, ou o caminho direto para a purificação dos seres, a libertação do sofrimento e a realização de Nibbana, (como no MN 10 e DN 22). O Buda recomenda a prática dos quatro satipatthana para os noviços, discípulos em treinamento, (sekha), e até mesmo para os arahants. Os quatro satipatthana são descritos como o domínio ou território de um bhikkhu. E a sua importância é enfatizada ainda mais através da longevidade da revelação do Buda vinculada à prática dos quatro satipatthana. O núcleo da prática de satipatthana encontra-se na aplicação de sati, ou atenção plena, à experiência imediata em seus aspectos objetivos e subjetivos. O exercício de sati possui um caráter reflexivo: o corpo deve ser contemplado como um corpo, as sensações como sensações, a mente como mente, os objetos mentais como objetos mentais, significando que os exercícios de contemplação devem isolar cada um dos elementos dos demais e ocupar-se com aquele elemento em si mesmo. Isso significa que o elemento em questão deve ser desnudado das várias camadas de proliferação mental, que em geral confundem a nossa percepção e impedem que vejamos as verdadeiras características dos fenômenos. Por exemplo, ao observar a respiração, o meditador deve apenas enxergar um corpo respirando, não uma pessoa ou um ‘eu’ que respira; as sensações são apenas sensações e não um episódio a mais numa longa biografia; a mente como mente unicamente, e não como cenas num drama pessoal; os objetos mentais como objetos mentais tão somente, e não como realizações ou defeitos pessoais. Os suttas deixam claro que sati não atua só, mas em combinação com outros elementos: atapi ou ardência, que implica energia; sampajano ou plena consciência, que implica sabedoria incipiente. A série de repetição de suttas ocorre a partir do SN XLVII.56. [Retorna]

XLVIII. Indriya-samyutta – As Cinco Faculdades

Ao contrário dos dois samyuttas anteriores, o Indriya-samyutta apresenta um conteúdo heterogêneo. Ele trata não só das cinco faculdades espirituais, que formam um dos conjuntos que fazem parte das “Asas do Despertar”, (bodhi-pakkhiya-dhamma), mas também de uma série de outros itens unidos sob a rubrica de indriya. No Abhidhamma são identificadas um total de vinte e duas faculdades divididas em cinco grupos:

cinco faculdades espirituais

seis faculdades dos sentidos

seis faculdades emocionais

três faculdades relacionadas ao conhecimento supremo

uma tríade composta da faculdade feminina, masculina e da faculdade vital.

Todas essas faculdades que são tratadas, ainda que de modo breve neste samyutta, se denominam indriya no sentido de exercer o domínio numa esfera particular de atividade ou experiência, tal qual Indra, (de onde o nome foi derivado), exerce o domínio sobre os devas.

Vale a pena também mencionar que entre as faculdades espirituais há uma relação que não é mencionada nos suttas mas é discutida nos comentários. Trata-se do seu arranjo em pares mutuamente complementares. A fé faz par com a sabedoria, assegurando que os aspectos emocionais e intelectuais da vida espiritual sejam mantidos em equilíbrio; a energia faz par com a concentração, assegurando que a ativação e a contenção no desenvolvimento mental sejam equilibradas. A atenção plena desenvolve o papel de supervisora das demais, mantendo-as unidas numa tensão mútua enriquecedora. A série de repetição de suttas ocorre a partir do SN XLVIII.76.

Ao invés de “faculdades espirituais” o renomado mestre Birmanês Ledi Saydaw interpreta indriya como sendo as “Cinco faculdades controladoras ou governadoras” pois elas representam o controle ou governo que alguém possui sobre a sua mente [Retorna]

XLIX. Sammappadhana-samyutta – Os Cinco Esforços Corretos. [Retorna]

L. Bala-samyutta – Os Cinco Poderes. [Retorna]

Estes samyuttas contêm apenas a série de repetição de suttas encontrados nos outros samyuttas do Maha Vagga com os ajustes correspondentes. O renomado mestre Birmanês Ledi Saydaw explica que os “cinco poderes” são assim chamados porque eles “subjugam os estados mentais opostos.” Os comentários observam que os cinco poderes são assim chamados porque eles são poderosos no sentido de não serem abalados pelos estados opostos.

LI. Iddhipada-samyutta – As Quatro Bases do Poder Espiritual

O termo iddhipada, interpretado como “base do poder espiritual,” é um composto de iddhi e pada. Iddhi originalmente significava sucesso, desenvolvimento ou prosperidade, mas desde o princípio da tradição iogue na Índia a palavra passou a significar um tipo especial de sucesso obtido através da meditação, isto é, a habilidade de realizar façanhas fantásticas que desafiam a ordem normal dos eventos. Essas façanhas, na espiritualidade Hindu, não devem ser consideradas como milagres que provam a estatura divina da pessoa que os realiza. Elas são, ao invés disso, compreendidas como uma extensão natural da causalidade, e se tornam acessíveis ao meditador através das habilidades na concentração, (samadhi). A mente treinada na concentração é capaz de discernir interconexões sutis entre os fluxos de energia mental e material invisíveis à consciência sensorial comum. Essa percepção permite que o meditador habilidoso tenha acesso aos fluxos profundos da causalidade natural usando-os para realizar façanhas que, para os não iniciados, parecem ser místicas ou miraculosas.

Apesar do Budismo ser com freqüência retratado como um sistema ético racional e um caminho de meditação ascética, os Nikayas estão repletos de textos nos quais o Buda é mostrado realizando atos supra-humanos e elogiando os discípulos que se sobressaiam nessas habilidades. O que o Buda rejeitava não era a obtenção desses poderes em si, mas abuso do seu uso para fins irresponsáveis. Ele proibia aos monges e monjas a demonstração desse poderes para impressionar os leigos e converter os céticos, e ele enfatizava que esses poderes por si mesmos não eram prova de verdadeira sabedoria.

Apesar disso, o Buda incorporou os iddhis ao seu método de treinamento dentro de um esquema com oito elementos encontrados com freqüência nos textos. O esquema é simplesmente chamado de “vários tipos de poderes supra-humanos” e é freqüentemente mencionado neste samyutta.

Embora os quatro iddhipadas façam parte do conjunto de trinta e sete apoios ou “asas para a iluminação”, eles possuem um sabor um tanto distinto dos demais. Enquanto os outros só são expostos devido à sua contribuição para a iluminação e a realização de Nibbana, os iddhipadas podem ser usados para alcançar tanto os fantásticos poderes supra-humanos como o poder espiritual supremo do estado de arahant.

Os quatro iddhipadas são definidos através de uma fórmula citada em quase todos os suttas desta coleção. A fórmula pode ser analisada em três partes, duas delas comuns a todas as quatro bases, a terceira diferenciando-as em quatro partes. As duas partes comuns são a concentração, (samadhi), e as “formações volitivas para o esforço”, (padhanasankhara). Essas formações volitivas são definidas pela fórmula dos quatro esforços corretos, (sammappadhana), de forma que os iddhipadas, o terceiro conjunto de apoios para a iluminação, contêm implicitamente o segundo conjunto. Os componentes únicos de cada iddhipada são os fatores que assumem a liderança na geração da concentração: desejo, (chanda), energia, (viriya), mente, (citta), e investigação, (vimamsa). O comentário interpreta o desejo neste caso como “vontade de agir” e a investigação como sabedoria. Para energia e mente não é proporcionada nenhuma definição especial, exceto os sinônimos em geral usados para esses fatores. É de se supor que apesar de todas as quatro qualidades coexistirem em cada estado de concentração, numa dada ocasião apenas uma das quatro irá assumir o papel dominante de gerar a concentração e essa dará o nome ao iddhipada. É interessante observar que a fórmula para o esforço correto, incluído na fórmula do iddhipada, conforme mencionado acima, menciona três fatores que atuam como iddhipadas, isto é, desejo, energia e mente; e visto que o esforço correto pressupõe o discernimento entre os estados benéficos e os prejudiciais, algum grau de investigação também estará envolvido. Assim, é possível observar o caráter entrelaçado dos sete conjuntos de apoios ou “asas para a iluminação”. A série de repetição de suttas ocorre a partir do SN LI.38. [Retorna]

LII. Anuruddha-samyutta – Anuruddha

Este samyutta apresenta o Venerável Anuruddha como um expoente dos quatro fundamentos da atenção plena, que aparecem em todos os suttas neste capítulo. Este samyutta pode na sua origem ter sido parte do Satipatthana-samyutta sendo mais tarde destacado dele. O Satipatthana-samyutta preserva três suttas ditos por Anurudha (SN XLVII.26, XLVII.27 e XLVII.28) que estão em consonância com o caráter dos suttas deste samyutta. Não existe uma explicação da razão destes suttas terem sido mantidos separados daquela coleção. [Retorna]

LIII. Jhana-samyutta – Jhana

Este samyutta contém apenas a fórmula tradicional para os quatro jhanas inserida na série de repetições de suttas encontrados nos outros samyuttas. [Retorna]

LIV. Anapana-samyutta – Respiração

A atenção plena na respiração, (anapanasati), em geral é considerada como a prática de meditação mais importante ensinada nos Nikayas. A exegese do cânone em Pali explica que foi essa meditação que o Buda praticou na noite da sua iluminação, conduzindo-o aos jhanas e aos três conhecimentos verdadeiros. Ao longo da sua carreira de ensino ele de tempos em tempos se isolava para praticar essa meditação, ele a chamava de “Morada dos Tathagatas,” e com freqüência a recomendava tanto para os treinandos como para os arahants. Para os treinandos essa meditação conduz à destruição das impurezas; para os arahants conduz a uma permanência prazerosa aqui e agora e à atenção plena e plena consciência. Os primeiros seis suttas deste samyutta são compostos apenas dos termos da atenção plena na respiração, o mesmo encontrado no Anapanasati Sutta – MN 118. A partir do sétimo sutta, no entanto, há uma mudança importante e os suttas passam a tratar da concentração através da atenção plena na respiração. [Retorna]

LV. Sotapatti-samyutta – Entrar na Correnteza

Este samyutta trata do grupo específico de fatores que definem uma pessoa que entrou na correnteza, (sotapanna). A correnteza, (sota), é o Nobre Caminho Óctuplo e o sotapanna é assim chamado porque ao penetrar através do conhecimento direto a verdade do Dhamma, ele passa a possuir os oito fatores do caminho.

As quatro qualidades que definem uma pessoa como um sotapanna são chamadas os quatro sotapattiyanga, fatores do sotapanna. Esse termo em Pali é na verdade empregado com referência a duas tétrades distintas. A tétrade mencionada mais freqüentemente é o conjunto de quatro qualidades possuídas pelo sotapanna e nesse contexto elas são identificadas como “fatores do sotapanna”. Mas além dessa tétrade encontramos uma outra mencionada com menos freqüência, que consiste das qualidades que precisam ser realizadas para alcançar o estado de sotapanna ou os “fatores para sotapanna.”

Os quatro fatores do sotapanna são a perfeita claridade, serenidade e confiança no Buda, Dhamma e Sangha e as “virtudes apreciadas pelos nobres”. A perfeita claridade, serenidade e confiança é a convicção arraigada na validação pessoal da verdade do Dhamma, também chamada de olho do Dhamma (SN XIII.1).

A outra tétrade consiste nos fatores para sotapanna, isto é, para realizar o estado de sotapanna. São eles: associar-se com pessoas verdadeiras, ouvir o verdadeiro Dhamma, atenção com sabedoria e prática de acordo com o Dhamma. [Retorna]

LVI. Sacca-samyutta – Verdades

O último samyutta do Mahavagga está dedicado às verdades descobertas pelo Buda na noite da sua iluminação e colocadas por ele no núcleo dos seus ensinamentos. Elas, é claro, são as Quatro Nobres Verdades; e assim este capítulo sobre as verdades proporciona um fecho adequado para todo o Samyutta Nikaya. O Sacca-samyutta apresenta as quatro nobres verdades não apenas como meros pronunciamentos da doutrina, peculiares a um mestre espiritual histórico conhecido como Buda, mas como o conteúdo da realização de todos aqueles que conquistam a verdade libertadora, quer seja do passado, presente ou futuro. O Sacca-samyutta conclui, a partir do sutta número 49, com uma longa série de repetições de suttas que revelam a natureza perniciosa do samsara e ilustram as terríveis conseqüências por não enxergarmos as verdades; exprimindo um chamado urgente para que demos um fim ao sofrimento através da compreensão - obtida por meio do conhecimento direto - das Quatro Nobres Verdades. Verdades que o próprio Buda redescobriu na noite da sua iluminação e que nos legou como sua mensagem para o mundo. [Retorna]



Revisado: 28 Julho 2016

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