Majjhima Nikaya 104
Samagama Sutta
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1. Assim
ouvi. Em certa ocasião o Abençoado estava entre os Sakyas,
numa cidade denominada Samagama.
2. Agora naquela ocasião o Nigantha Nataputta havia acabado de falecer em Pava.[1] Com a sua morte os Niganthas se dividiram, partiram ao meio; envolvidos em
rixas e brigas, mergulhados em discussões, apunhalando uns aos outros usando as
palavras como adagas: “Você não compreende este Dhamma e Disciplina. Eu
compreendo este Dhamma e Disciplina. Como poderia você compreender este Dhamma
e Disciplina? O seu jeito está errado. O meu jeito está certo. Eu sou
consistente. Você é inconsistente. O que
deveria ter sido dito primeiro, você disse por último. O que deveria ter sido
dito por último, você disse primeiro. Aquilo que você pensou com tanto cuidado
foi virado de pernas para o ar. A sua doutrina foi refutada, foi provado que
você está errado. Vá e aprenda melhor, ou desembarace-se se puder!” Parecia que
não havia nada além de um massacre entre os discípulos de Nigantha
Nataputta. E os seus discípulos
leigos vestidos de branco estavam desgostosos, consternados e desapontados com
os discípulos de Nigantha Nataputta,
sentindo-se da mesma forma em relação ao Dhamma e Disciplina dele, que havia
sido mal proclamado e mal exposto, que não conduzia à emancipação, não conduzia
à paz, exposto por alguém que não era totalmente iluminado, e agora eles
estavam com o santuário quebrado, sem um refúgio. [2]
3. Então o
noviço Cunda,[3] que havia passado o retiro das chuvas em Pava, foi até o venerável Ananda e
depois de cumprimentá-lo sentou a um lado e lhe contou o que estava
acontecendo.
O venerável
Ananda então disse para o noviço Cunda:
“Amigo Cunda, essas são notícias que devem ser
relatadas ao Abençoado. Venha, vamos até o Abençoado para contar-lhe isso.”
“Sim,
venerável senhor,” o noviço Cunda respondeu.
4. Então o
venerável Ananda e o noviço Cunda
foram juntos até o Abençoado. Depois de cumprimentá-lo, eles sentaram a um lado
e o venerável Ananda disse para o Abençoado: “O
noviço Cunda, venerável senhor, disse o seguinte:
‘Venerável senhor, o Nigantha Nataputta acaba de
morrer. Com a sua morte os Niganthas se dividiram, partiram ao meio ... e agora eles estavam com o santuário quebrado,
sem um refúgio. Eu pensei, venerável senhor: ‘Que nenhuma disputa surja na
Sangha quando o Abençoado houver partido. Pois tal disputa causaria dano e
infelicidade para muitos, perda, dano e sofrimento para devas e humanos.’”
5. “O que você pensa, Ananda?
Essas coisas que lhes ensinei após tê-las conhecido diretamente – isto é, os
quatro fundamentos da atenção plena, os quatro tipos de esforço, as quatro
bases do poder espiritual, as cinco faculdades, os cinco poderes, os sete
fatores da iluminação, o Nobre Caminho Óctuplo – você pode ver, Ananda, mesmo dois bhikkhus que façam asserções distintas
sobre essas coisas?”
“Não,
venerável senhor, eu não vejo nem mesmo dois bhikkhus que façam asserções
distintas sobre essas coisas. Mas, venerável senhor, existem pessoas que se
comportam de forma respeitosa em relação ao Abençoado e que poderão, quando ele
se for, criar uma disputa na Sangha sobre o modo de vida e sobre o Patimokkha.[4] Tal disputa
causaria dano e infelicidade para muitos, perda, dano, e sofrimento para devas
e humanos.”
“Uma
disputa sobre o modo de vida ou sobre o Patimokkha
seria insignificante, Ananda. Mas se surgisse uma
disputa na Sangha sobre o caminho ou a prática, [5] tal disputa causaria
dano e infelicidade para muitos, perda, dano, e sofrimento para devas e
humanos.
6.
“Existem, Ananda, estas seis raízes das disputas.[6] Quais seis? Aqui, Ananda, um
bhikkhu é raivoso e rancoroso. Tal bhikkhu é desrespeitoso e desatencioso com
relação ao Mestre, com relação ao Dhamma e com relação à Sangha e ele não
executa o treinamento. Um bhikkhu que é desrespeitoso e desatencioso com
relação ao Mestre, com relação ao Dhamma e com relação à Sangha e que não
executa o treinamento, cria uma disputa na Sangha, que causaria o dano e
infelicidade para muitos, perda, dano, e sofrimento para devas e humanos. Agora
se vocês virem essa raiz de disputas quer seja em vocês mesmos ou nos outros,
vocês devem se esforçar para abandonar essa raiz de disputas. E se vocês não
virem essa raiz de disputas quer seja em vocês mesmos ou nos outros, vocês
deveriam praticar de tal forma que essa raiz de disputas não surja no futuro.
Assim ocorre o abandono daquela raiz ruim de disputas; assim ocorre o não
surgimento daquela raiz ruim de disputas no futuro.
7-11. “Novamente,
um bhikkhu é desprezador e insolente ... invejoso e
avarento ... dissimulador e trapaceiro ... tem desejos prejudiciais e entendimento incorreto
... adere às suas próprias idéias, se agarra a elas com tenacidade e abre mão
delas com dificuldade. Tal bhikkhu é desrespeitoso e desatencioso com relação
ao Mestre, com relação ao Dhamma e com relação à Sangha e ele não executa o
treinamento. Um bhikkhu que é desrespeitoso e desatencioso com relação ao
Mestre, com relação ao Dhamma e com relação à Sangha e que não executa o
treinamento, cria uma disputa na Sangha, que causaria o dano e infelicidade
para muitos, perda, dano, e sofrimento para devas e humanos. Agora se vocês
virem essa raiz de disputas quer seja em vocês mesmos ou nos outros, vocês
devem se esforçar para abandonar essa raiz de disputas. E se vocês não virem
essa raiz de disputas quer seja em vocês mesmos ou nos outros, vocês
deveriam praticar de tal forma que essa raiz de disputas não surja no futuro.
Assim ocorre o abandono daquela raiz ruim de disputas; assim ocorre o não
surgimento daquela raiz ruim de disputas no futuro. Essas são as seis raízes de disputas.
12. “Ananda, existem esses quatro tipos de
litígio. Quais quatro? Litígio devido a uma disputa, litígio devido a
uma acusação, litígio devido a uma ofensa e litígio com relação a
procedimentos. Esses são os quatro tipos de litígio. [7]
13. “Ananda,
existem essas sete formas de resolver um litígio. [8] Para a resolução e pacificação
de litígios sempre que surgirem: a remoção do litígio por meio da confrontação,
a remoção do litígio por meio da memória, a remoção do litígio por conta de
insanidade no passado, efetuar o reconhecimento de uma transgressão, a opinião
da maioria, denunciar o mau caráter de alguém e o cobrir com capim.
14. “E como
é a remoção do litígio por meio da confrontação? [9] Neste caso os bhikkhus estão
discutindo: ‘É o Dhamma,’ ou ‘Não é o Dhamma,’ ou ‘É a
Disciplina,’ ou ‘Não é a Disciplina.’ Esses bhikkhus deveriam todos se reunir
em harmonia. Então, estando reunidos, os preceitos do Dhamma devem ser
expostos. [10] Uma vez que os preceitos do Dhamma tenham sido expostos, aquele
litígio deveria ser resolvido de uma forma que esteja de acordo com estes.
Assim é a remoção do litígio por meio da confrontação. E dessa forma se
resolvem alguns litígios com a remoção do litígio através da confrontação.
15. “E como é a opinião da maioria? Se aqueles bhikkhus não
conseguem resolver aquele litígio no local em que estiverem, eles devem ir para
um local onde exista um maior número de bhikkhus. Lá eles devem todos se reunir
em harmonia. Então, estando reunidos, os preceitos do Dhamma devem ser
expostos. Uma vez que os preceitos do Dhamma tenham sido expostos, aquele
litígio deveria ser resolvido de uma forma que esteja de acordo com estes. Essa
é a opinião da maioria. E dessa forma se resolvem alguns litígios com a opinião
da maioria.
16. “E como
é a remoção do litígio por meio da memória? [11] Neste caso um bhikkhu censura
um outro bhikkhu por tal e tal transgressão grave, que cause a derrota ou que
esteja próxima da derrota:[12] 'O venerável se recorda haver
cometido tal e tal transgressão grave, que causa a derrota ou que está próxima
da derrota?' Ele diz: ‘Eu, amigos, não me lembro de haver cometido tal e tal
transgressão grave, que causa a derrota ou que está próxima da derrota.' Neste caso a remoção do litígio por meio da
memória deve ser pronunciada. Assim é a remoção do litígio por meio da memória.
E dessa forma se resolvem alguns litígios com a remoção do litígio através da
memória.
17. “E como
é a remoção do litígio por conta de insanidade no passado? [13] Neste caso um bhikkhu censura
um outro bhikkhu por tal e tal transgressão grave, que cause a derrota ou que
esteja próxima da derrota: 'O venerável se recorda haver cometido tal e tal
transgressão grave, que causa a derrota ou que está próxima da derrota?' Ele
diz: ‘Eu não, amigos, me lembro de haver cometido tal e tal transgressão grave,
que causa a derrota ou que está próxima da derrota.' Apesar da negação, o primeiro pressiona o
segundo ainda mais: ‘Com certeza o venerável deve saber muito bem se ele se
lembra de ter cometido tal e tal transgressão grave, que causa a derrota ou que
está próxima da derrota?' Ele diz: ‘Eu estava enlouquecido, amigo, eu estava
completamente fora de mim e enquanto assim estive fiz muitas coisas impróprias
para um contemplativo. Eu não me lembro, eu estava enlouquecido quando fiz
isso.' Neste caso a remoção do litígio por conta de insanidade no passado deve
ser pronunciada. Assim é a remoção do litígio por conta de insanidade no
passado. E dessa forma se resolvem alguns litígios com a remoção do litígio por
conta de insanidade no passado.
18. “E como
é efetuado o reconhecimento de uma transgressão? Neste caso um bhikkhu, quer
seja censurado ou não censurado, lembra uma transgressão, a revela e expõe. Ele
deveria ir até um bhikkhu mais sênior e depois de arrumar o manto sobre o
ombro, ele deveria homenageá-lo aos seus pés. Então, sentado sobre os
calcanhares ele deveria com as mãos postas dizer: ‘Venerável senhor, eu cometi
tal e tal transgressão; eu a confesso.’ O outro deve
dizer: ‘Você vê?’ – ‘Sim, eu vejo.’ – ‘Você irá praticar a contenção no
futuro?’ – ‘Eu irei praticar a contenção no futuro.’ Assim é o reconhecimento
de uma transgressão. [14] E dessa forma se resolvem alguns litígios com o reconhecimento de
uma transgressão.
19. “E como
é a denúncia do mau caráter de alguém? [15] Neste caso um bhikkhu censura um outro bhikkhu por tal
e tal transgressão grave, que cause a derrota ou que esteja próxima da derrota:
'O venerável se recorda haver cometido tal e tal transgressão grave, que causa
a derrota ou que está próxima da derrota?' Ele diz:
‘Eu, amigos, não me lembro de haver cometido tal e tal transgressão grave, que
cause a derrota ou que está próxima da derrota.' Apesar da negação, o primeiro pressiona o
segundo ainda mais: ‘Com certeza o venerável deve saber muito bem se ele se
lembra de ter cometido tal e tal transgressão grave, que causa a derrota ou que
está próxima da derrota’ Ele diz: ‘Eu não me lembro, amigos, de haver cometido
tal e tal transgressão grave, que causa a derrota ou que está próxima da
derrota. Mas, amigos, eu me lembro de haver cometido tal e tal transgressão
menor.’ Apesar da negação, o primeiro pressiona o segundo ainda mais: ‘Com
certeza o venerável deve saber muito bem se ele se lembra de ter cometido tal e
tal transgressão grave, que causa a derrota ou que está próxima da derrota’ Ele
diz: ‘Amigos, não sendo perguntado eu reconheci haver cometido essa
transgressão menor; portanto ao ser perguntado, porque eu não reconheceria
haver cometido tal e tal transgressão grave, que causa a derrota ou que está
próxima da derrota?’ O outro diz: ‘Amigo, se você não tivesse sido perguntado,
não teria reconhecido haver cometido essa transgressão menor; portanto, porque,
ao ser perguntado, você reconheceria haver cometido tal e tal transgressão
grave, que causa a derrota ou que está próxima da derrota? Com certeza o
venerável deve saber muito bem se ele se lembra de ter cometido tal e tal transgressão
grave, que causa a derrota ou que está próxima da derrota’ Ele diz: ‘Eu me
lembro, amigos, haver cometido tal e tal transgressão grave, que causa a
derrota ou que está próxima da derrota. Eu estava com pressa, eu estava
confuso, quando disse que não me lembrava haver
cometido tal e tal transgressão grave, que causa a derrota ou que está próxima
da derrota.’ Assim é a denúncia do mau caráter de alguém. E dessa forma se
resolvem alguns litígios através da denúncia do mau caráter de alguém.
20. “E como
se cobre com capim? [16] Neste caso quando os bhikkhus estiverem envolvidos em brigas e
discussões com disputas profundas, eles podem fazer e dizer coisas impróprias
para um contemplativo. Esses bhikkhus deveriam todos se reunir em harmonia.
Estando reunidos, um bhikkhu sábio dentre os bhikkhus em um lado da disputa
deveria levantar do seu assento e depois de arrumar o manto sobre o ombro, ele
deveria com as mãos postas solicitar um decreto da Sangha assim: ‘Que a
venerável Sangha me ouça. Ao estarmos envolvidos em brigas e discussões com
disputas profundas, dissemos e fizemos muitas coisas impróprias para um
contemplativo. Se for aprovado pela Sangha, então pelo bem desses veneráveis e
pelo meu próprio bem, no meio da Sangha eu confessarei, com o método de cobrir
com capim, todas transgressões desses veneráveis e
todas transgressões que eu cometi, exceto aquelas que requerem uma censura
grave e aquelas conectadas com a comunidade leiga.’ [17]
“Então, um bhikkhu sábio dentre os bhikkhus do outro lado da disputa
deveria levantar do seu assento e depois de arrumar o manto sobre o ombro, ele
deveria com as mãos postas solicitar um decreto da Sangha assim: ‘Que a
venerável Sangha me ouça. Quando envolvidos em brigas e discussões com disputas
profundas, dissemos e fizemos muitas coisas impróprias para um contemplativo.
Se for aprovado pela Sangha, então pelo bem desses veneráveis e pelo meu
próprio bem, no meio da Sangha eu confessarei, com o método de cobrir com
capim, todas as transgressões desses veneráveis e todas as transgressões que eu
cometi, exceto aquelas que requerem uma censura grave e aquelas conectadas com
a comunidade leiga.’ Assim é como se cobre com
capim. E dessa forma se resolvem alguns
litígios cobrindo-os com capim.
21. “Ananda, existem essas seis qualidades
memoráveis que geram amor e respeito e que conduzem à coesão, à não disputa, à
concórdia e à união. [18] Quais são
essas seis?
“Nesse caso um bhikkhu pratica, tanto em público como em particular,
ações com amor bondade com o corpo para com os seus companheiros na vida santa. Essa é uma qualidade memorável que
gera amor e respeito e que conduz à coesão, à não disputa, à concórdia e à
unidade.
“Outra vez, um bhikkhu pratica, tanto em público como em particular,
ações com amor bondade com a linguagem para com os seus companheiros na vida
santa. Essa é
uma qualidade memorável que gera amor e respeito e que conduz à coesão, à não
disputa, à concórdia e à unidade.
“Outra vez, um bhikkhu
pratica, tanto em público como em particular, ações com amor bondade com a
mente para com os seus companheiros na vida santa. Essa é uma qualidade
memorável que gera amor e respeito e que conduz à coesão, à não disputa, à concórdia
e à unidade.
“Outra vez,
um bhikkhu comparte as coisas com os seus companheiros virtuosos na vida santa;
sem fazer qualquer reserva, ele comparte com eles tudo que seja ganho que
esteja de acordo com o Dhamma e que tenha sido obtido de uma maneira de acordo
com o Dhamma, incluindo até mesmo o conteúdo da sua tigela de alimentos. Essa é
uma qualidade memorável que gera amor e respeito e que conduz à coesão, à não
disputa, à concórdia e à unidade.
“Outra vez,
um bhikkhu permanece, tanto em público como em particular, possuindo,
juntamente com os seus companheiros da vida santa, aquelas virtudes que são inquebrantáveis, que não podem ser despedaçadas, manchadas,
matizadas, são libertadoras, recomendadas pelos sábios, não são mal
interpretadas e que conduzem à concentração. Essa é uma qualidade memorável que
gera amor e respeito e que conduz à coesão, à não disputa, à concórdia e à
unidade.
“Outra vez,
um bhikkhu permanece, tanto em público como em particular, possuindo, juntamente
com os seus companheiros da vida santa, aquele entendimento que é nobre, que emancipa e que conduz aquele que pratica de
acordo com ele à completa destruição do sofrimento. Essa também é uma qualidade
memorável que gera amor e respeito e que conduz à coesão, à não disputa, à
concórdia e à unidade.
“Essas são as seis qualidades memoráveis que geram amor e respeito e que
conduzem à coesão, à não disputa, à concórdia e à unidade.
22. “Se, Ananda, vocês praticarem e mantiverem essas seis qualidades
memoráveis, você pode ver algum tipo de linguagem, comum ou grosseira, que
vocês não possam suportar?” [19] – “Não venerável senhor.” – “Então, Ananda, pratiquem e mantenham essas seis qualidades
memoráveis. Isso irá conduzir ao bem-estar e felicidade de vocês por muito
tempo.”
Isso foi o
que disse o Abençoado. O venerável Ananda ficou satisfeito e contente com as palavras
do Abençoado.
Notas:
[1] A abertura deste sutta é a mesma do DN 29
onde também existe a preocupação sobre como preservar a harmonia na Sangha
depois da morte do Buda. [Retorna]
[2] MA: O “santuário” e “refúgio” são o Nigantha
Nataputta, que agora está morto. [Retorna]
[3] O noviço Cunda era o irmão mais jovem do Ven. Sariputta. [Retorna]
[4] Mesmo enquanto o Buda estava ainda vivo uma disputa dessas havia
irrompido entre os bhikkhus em Kosambi, mencionada no
MN
48.2. [Retorna]
[5] Esta seria uma disputa com respeito ao Nobre
Caminho Óctuplo ou outros dos 37 apoios para a iluminação. [Retorna]
[6] Os primeiros quatro pares estão incluídos como parte das
‘corrupções que contaminam a mente’ no MN 7.3. [Retorna]
[7] Adhikarana. Horner
traduz como “questões legais.” Elas são tratadas em detalhe no Vinaya Cv Kh 4/Vin ii.88-93; veja Horner, Book of the Discipline, 5:117-25. De forma sucinta, o litígio
devido a uma disputa (vivadadhikarana) surge
quando os bhikkhus discutem sobre o Dhamma e a Disciplina; o litígio devido a
uma acusação (anuvadadhikarana) quando os bhikkhus acusam um bhikkhu de cometer uma
transgressão das regras monásticas; o litígio devido a uma transgressão (apattadhikarana) quando um bhikkhu que cometeu uma
transgressão procura a absolvição; e o litígio relativo a procedimentos (kiccadhikarana) trata da regulamentação das funções
formais da Sangha. [Retorna]
[8] Adhikaranasamatha. Tratados em
detalhe no Vinaya Cv Kh 4.
A forma como os sete métodos de resolução devem ser aplicados na resolução dos quatro
tipos de litígio é discutida no Vinaya ii.93-104; veja Horner, Book of the Discipline, 5:125-40. [Retorna]
[9] Sammukhavinaya. Horner
traduz como “veredicto na presença de.” No Vinaya ii.93, isto é explicado como a confrontação com (ou com a
presença de) a Sangha, o Dhamma, a Disciplina e os indivíduos envolvidos na
disputa. Este tipo de resolução se aplica a todos os
tipos de litígio, com diferenças mínimas na formulação. [Retorna]
[10] Dhammanetti samanumajjitabba.
MA dá como exemplo de dhammanetti
os dez tipos de conduta benéfica e prejudicial, mas diz que neste caso se tem
em vista o Dhamma e a Disciplina em si. [Retorna]
[11] Sativinaya. Horner
interpreta como “veredicto de inocência.” No Vinaya ii.80, é dito que isto é pronunciado quando um bhikkhu é
puro e sem transgressões e ele é censurado com uma transgressão; ele deve
solicitar que a Sangha dê esse veredicto apelando para a completa e acurada
lembrança que ele tem do seu comportamento. [Retorna]
[12] Uma transgressão que cause a derrota, uma transgressão parajika, requer expulsão da Sangha. Uma
transgressão próxima à derrota ou é uma transgressão sanghadisesa,
que requer uma reunião formal da Sangha e um período de pena temporária, ou são
os passos preliminares que levam a uma transgressão parajika.
[Retorna]
[13] Amulhavinaya. Um veredicto de
insanidade no passado é dado quando um bhikkhu comete transgressões durante um
período de loucura. O critérios para determinar a
insanidade é que ele não pode ter lembrança do seu comportamento durante o
período em que o veredicto é solicitado. [Retorna]
[14] O procedimento descrito é o método estabelecido pelo qual um
bhikkhu obtém a exoneração de uma transgressão que pode ser exonerada através
da confissão. [Retorna]
[15] Papiyyasika. Horner
interpreta como “decisão para uma depravação específica.” Este veredicto é
pronunciado contra um bhikkhu que cria conflitos e brigas na Sangha, que é
ignorante e cheio de transgressões, ou que vive se associando de forma
imprópria com a comunidade leiga. [Retorna]
[16] Tinavattharaka. Se recorre a este
meio de resolução quando a Sangha esteve envolvida numa disputa durante a qual
os bhikkhus cometeram muitas transgressões menores. Como dar prosseguimento ao
processo de estabelecer as acusações dessas transgressões pode prolongar o
conflito, as transgressões são resolvidas com o método descrito no sutta. MA
explica que esse método é igual a jogar capim sobre excremento para remover o mal odor, por conseguinte o nome “cobrir com capim.” [Retorna]
[17] Transgressões que requerem censura grave
são aquelas das categorias parajika e sanghadisesa. Aquelas conectadas com a
comunidade leiga são casos em que um bhikkhu insulta e menospreza os discípulos
leigos. [Retorna]
[18] Igual ao MN 48.6. [Retorna]
[19] No MN 21.21,
isto é dito com relação ao símile da serra. [Retorna]
Revisado: 31 Dezembro 2006
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